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- Detetive Smith!
- O que é? – diz acordando de um cochilo no seu gabinete.
- Mais um assassinato.
- Onde?
- Na Rua José Antunes.
- Bem no centro da cidade.... o que esse bandido está tramando, agindo para todos verem....? – disse vestindo sua jaqueta.
- O chefe pediu para chamá-lo com urgência. .. – o jovem policial tremia, era novato.
- O dono de um armazém está morto – disse o chefe com um olhar preocupado, os braços na forma de uma chaleira mostrava prepotência. O caso deveria ser resolvido. Smith sabia ler comunicação corporal, nem precisariam dizê-lo. Seu trabalho começaria ali, coletando evidências. Todo crime, por mais perfeito que possa parecer, tem uma falha, uma brecha, um buraco miúdo. Smith só precisava rasgá-lo mais. Se o buraco fosse mais fundo? Que faria agora? A cobrança era sentida e temida. Seu emprego, seu sustento dependia do caso resolvido, assim como sua reputação.
...
- Terminou o serviço? – perguntou um homem de meia idade andando pela praia ao lado de um rapaz. Se me perguntassem sobre sua aparência, diria que era um gringo. Branco.
- Chama aquilo de serviço!? Eu chamo de lazer – disse mostrando um sorriso cínico.
- Que bom que não se sentiu mal por matar seu padrasto... – disse o velho, pouco mais de sessenta anos – Não quero sujar minhas mãos hoje... Topas?
Estava feito...
No fim do dia, detetive Smith com dor de cabeça, andou meia cidade só para colher pistas. Soubera que se tratava de um jovem. Mais ou menos vinte anos, usava um chapéu, e vestia branco. Uma testemunha fora requisitada para fazer o retrato falado. Chegou a pensar que poderia ser coisa da máfia. Quem sabe? Dizem que eles estão em todos os lugares. Estaria envolvido com o trafico...? Quis ir mais a fundo. Entrevistou a mulher da vitima. Não, óbvio demais... Além disso, a mulher pode jurar de pé junto que o marido não teve nada a ver com isso. Viúvas me deixam fragilizados.
A mulher estava chorando no gabinete. Não dissera uma palavra sobre máfia e envolvimento com drogas. Somente que seu marido era um homem muito digno e blá-blá-blá. Smith estava de saco cheio de tanto ouvir a mesma coisa sempre (ever and ever). Será que eles não têm outra coisa para alegar? Se a ameaçasse seria outra história. Teve certeza de que se a deixasse sem saída, desembucharia tudo. (E com detalhes!). Fora apenas uma idéia. Não era homem para essas coisas.