Abri os olhos e notei que um vulto cobria minha visão. Era manhã. O sol à pino. O calor me acordara. Por quanto tempo aquela pessoa esteve me observando? Por estranho que isso possa parecer, esse alguém estava rindo de mim. Soltou uma risada descontrolada. Passei a mãos no rosto, devia estar com um aspecto medonho para ser zoado daquela maneira. “Vem”, disse o homem de meia idade. Tinha uma barba prateada. Não devia ter mais de setenta anos.
Depois de um dia cambaleando pela estrada, finalmente, alguém me ofereceu uma guarida. Inacreditável, não? Providencial demais...Suspeitei. Bom, desde que houvesse um lugar para dormir e um pão pra comer...que mal teria nisso? Proseamos por um longo tempo. Até que ele tivesse a coragem de me perguntar. “E a sua família?”. Calei. Virei o copo de vodca e pedi desculpa. Disse que ia me deitar, e que ele me desse licença. Se você achou rude, imagine eu... Mas, o que eu ia dizer... ? Que saí de casa com medo de uma sombra? Iam rir, você sabe que iriam...
Joça de medo. Decidi! Voltarei para a minha cidade. Besteira que fui fazer da minha vida...
CONTINUA
A pedido do ilustrador, Henrique Lima, resolvi fazer uma continuação para o conto “The Shadow”. Dessa vez com o título em português. Mas, tenho que dizer que não sou boa para escrever contos de mistério. Então, não esperem muita coisa.