Essa deveria ser a parte 1.
No caminho, o taxista vinha conversando. Ele não parou de falar o caminho inteiro. Não me incomodou, só foi um pouco desconfortável ter a minha vida/ escolha questionada e criticada. Mas, Vamos aos fatos: ele acabou descobrindo que eu iria para o Rio, e o POR QUÊ. E agora vocês irão saber também: eu tenho namorado. Ele mora no Rio. Nos falamos faz um tempo. Planejamos nos ver. Eu fui.
Consegui ser direta?
Agora, sim, a história: Tentei dormi o caminho inteiro, dentro do avião. Não consegui, a poltrona não colaborou. Frio demais. Cheguei ao aeroporto às sete e meia. Peguei minha mala e me dirigi ao corredor de desembargue. Eu o vi de longe. Parei. Voltei um pouco. Tentei tomar coragem. Daí o abraço. D-s, como ele é macio de abraçar ('cês não 'tão entendendo). Ele levou o carrinho de bagagem e me tocou pra ver se eu era real. Não conseguia encará-lo direito, muito embaraço. Estava nervosa.
Foi no ônibus que nos soltamos. O curioso é que, tenho certeza, nunca beijei daquele jeito. Foi diferente. Foram as melhores férias forçadas. Tive o melhor guia turístico ever. Perguntava o nome dos edifícios, ele não sabia responder. Mas, não liguei, o importante era a companhia. Passamos mais tempo nas viagens de balsa até Nitéroi (a cidade dele) do que qualquer outra coisa. De novo: não liguei pra isso. Vimos o Cristo no último dia, então ainda está valendo. A cidade de Nitéroi me pareceu boa de se viver. Estou falando sério, adorei o Rio. Minha família estava preocupada, pensando que seria assaltada. "Cidade mais perigosa do mundo", exagero do meu sobrinho. Não aconteceu nada desagradável.
Ah, fiquei pensando no que o taxista disse, no caminho até o aeroporto: "Cariocas são muito famílias. Ele não vai querer vir pra cá. Aí, lá vai uma amazonense pro Rio de Janeiro". Não respondi nada. É essa a intenção. Se isso acontecer, irei de bom grado. Gosto da ideia de sair da minha cidade.