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[Eu Lírico] Episódio 9: Marisa

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 Eu Lírico  conta a história de Fabrício, que tenta se declarar escrevendo poemas. O problema é que ele é tímido. Escrever e entregar um poema foi a sua saída. A declaração perfeita... Não fosse Fabrício não ter talento algo para a coisa. Ele acaba dando trabalho para dois personagens: Eu Lírico e Inspiração. Se quiser ler os episódios anteriores, clique no marcador dessa postagem.

 


Em trajes de escola.
Era uma garota[1] comunicativa e relativamente bonita.  Tinha um charme natural. Sua voz era tão agradável como o som de um piano tocando jazz. Seu efeito anestésico hipnotizava os garotos. E como se não bastasse, era tão admirada no colégio que nem poderia se dar conta.

O plano do Eu Lírico se baseou na rotina de Marisa. Poucas vezes podiam intervir na vida de alguém de modo direto. Aparecer em suas formas humanas nem pensar! Era crime de primeira categoria. Seria não só a quebra de uma regra, mas de um tabu! Eu Lírico ligaria para Fabrício fingindo ser Marisa. Essa era uma de suas qualidades, imitar vozes. “Ás dez horas no mercado. Por favor, esteja lá”. O coração apaixonado age por impulso. Fabrício nem pensou duas vezes. Encheu-se de esperança e foi. Não demorou para que se encontrassem entre as prateleiras de detergentes. Marisa ganhou todas as cores de fruta estragada. Ficou verde, pálida. Seus olhos corresponderam ao espanto.

- Oi... Fabrício... - disse devolvendo o detergente à prateleira antes que escapulisse de suas mãos trêmulas.

- Oi, Marisa – olhou-a sem entender bulhufas. Se foi ela quem o chamou, por que tanto espanto?

- Como você está?

- Bem... e você?

- Estou bem...

[...]

- Essa é uma conversa entre duas pessoas que se conhecem há anos? – interrompeu Inspiração desapontada.

Ele se ofereceu para segurar as sacolas de compras, num ato de cavalheirismo. Não conversaram no caminho até a casa dela. Despediram-se como se a companhia um do outro fosse um estorvo pouco suportável.

- O que acabou de acontecer? – falou Inspiração, insatisfeita.

Eu Lírico, pensativo, fez o gesto costumeiro: passou os dedos debaixo do queijo e pausou a mão:

- Eu já previa que isso fosse acontecer... Estão se tratando estranhamente porque não sabem como lidar com isso...

- Isso o que?

- Não está na cara? Estão apaixonados!

- Eles mal se falaram, será que você pirou de vez...?!

- O desconforto é parte do processo. Mas, até o fato de mal se falarem também é um indicio de que estão apaixonados. Caso contrário, teriam conversado...

- Não me diga que isso também fazia parte do seu plano, seu espertalhão!?

- Espertalhão?! – olhou para ela, espantado – Já te falei ,sou apenas um observador.

- Diga-me, isso fazia parte do seu plano...?

- Mais ou menos... Só queria ter certeza dos sentimentos dela.

- Ela é uma boa garota.

- É... e eu sou obrigado a concordar.





[1]              Da primeira vez que essa história foi editada, havia inserido um desenho meu. Era uma garota com longos cabelos negros (lisos) e olhos grandes (talvez para ressaltar a expressão facial).  Só que percebi uma coisa: a imagem não correspondia com descrição da personagem. Marisa é, unicamente e simplesmente, bela. Sem precisar de muita coisa para isso, sem precisar se esforçar, sabe? Ela era bonita e pronto. Refiz o desenho.

Pois é, voltei. U____U. Estou um pouco frustrada com o estágio....Sinto que não me saí bem nas minhas três aulas ministradas. Bom, ao menos esse suplício acabou. E agora posso retomar aos meus hobbies. Ah,sim, obrigada a todos os que leem essa fic. Valeu, gente. Eu estava pesando em jogá-la no mato. Mas, tem duas pessoas que comentam desde o primeiro episódio.(Leia sobre a concepção dessa personagem aqui).

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