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Por que gostei de No.6

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       Olá! Faz um tempo que não postava nesse marcador. E, aliás, irei falar de um animê que findou recentemente. Mas, não me proponho a fazer uma análise longa. Bem, trata-se de No.6. Um animê que provocou diversas reações nos fãs de animação japonesa (sobretudo, nos rapazes da minha timeline).  No Twitter você podia ler coisas do tipo:"Como não ser homofóbico com No.6?" e "Você viu a cena final do episódio 6?#Medo". Só para citar um dos meninos que eu sigo. No. 6, na verdade, me surpreendeu por duas razões: 1. O mote da história é, realmente bom! 2. Foi o primeiro animê "shonen ai" que assisti. Por isso, toda aquela minha estranheza (via Twitter). Mas, não foi por causa de uma ou duas insinuações que eu deixaria de assistí-lo. Aliás,se o fizesse me arrependeria. Foi um animê super bem feito (estou falando do traço dos personagens e cenário). Além disso, depois do episódio 7, a história retorna para a cidade, No.6. Para melhor entendimento da série, sugiro os textos da Roberta (do blog Elfen Lied): Derrubando os muros de Number Six! ,do Denys (do blog Gyabbo) NO. 6 – Primeiras impressões ,e da Kyori (do blog Kuuhaku no Peeji): NO. 6 - What the hell, Bones? Eu até poderia dizer que foi um dos animês mais substimados dessa temporada (e injustamente). Agora, vejamos por que eu gostei desse desenho...
 (Atualizado: Faltou dizer que,só assisti ao animê. Não li a novel. Então, só avaliarei o que eu vi).


O começo


         No. 6 foi uma série de light novels, escrita por Atsuko Asano e publicada pela Kodansha, entre 2003 e 2011 [1].Em julho desse ano, a série foi adaptada pelo estúdio BONES. A história se passa em 2013. Ano em que o mundo fora dividido em seis divisões-cidades, depois de uma guerra que varrera parte da área habitável. Na cidade número 6, mora Shion,um menino de 12 anos, que estuda numa escola para gênios (aqui também conhecemos Safu, sua amiga). Mas, por  causa de um evento, toda a sua vida é transformada. Numa noite, ele abriga um menino que entra no seu quarto. O menino atende pela alcunha de Nezumi ("rato" em japonês).
Nezumi é um foragido. Shion o abriga, as pessoas descobrem,e no episódio seguinte ele é banido para outra cidade. Os dois se reencontram, com um pouco mais de idade. É aí que os frágeis muros da No.6 são desvendados.


Utopia versus distopia

       Obviamente, o animê  se caracteriza como ficção científica. A história se apresenta no futuro, de uma época hipotética, de pós-guerra e reconstrução da Terra. De um lado, temos a cidade feita para ser perfeita. Do outro lado,depois dos muros, o Distrito do Oeste  composto por pessoas que sobreviveram à No.6.
E Nezumi diz "bem-vindo ao mundo real". No. 6, segue pelo mesmo caminho de outras história de ficção científica. Aquela que mostra indivíduos condicionados para agirem de determinada forma (a mídia especializada comparou com o animê Fractale). Mas, todas as vezes em que me deparo com esse tipo de coisa, lembro, inconscientemente, de Matrix. Embora, o mote seja um tanto diferente,os conceitos estão lá. Membros da resistência, indivíduos que são "desplugados" da condição de alienação e, que por isso são aniquilados.


Personagens bem exploradas

          Para mim, o melhor desse animê são as personagens. Se eu for me estender para falar de cada uma, esse post terá que ser feito em duas partes. Portanto, vou me centrar nas que considero principais. Nezumi, Safu, Inukashi e Shion..Primeiro, e aqui eu irei falar dos protagonistas, Shion e Nezumi. As fangirls da série devem ter ido ao delírio com os dois. Mas, esses aqui parecem ter uma ligação. E não é uma ligação romântica, como poderiam supor (apesar de que, eu só estou falando do animê. A novel pode ter outra visão).  Só para informar mesmo, vi uma cena no episódio 5 que em fez pensar "Ei,eu já vi isso em algum lugar". Eu não me enganei.  

A cena do Nezumi se afogando em um pesadelo, foi, praticamente, igual à de Tales From Earthsea (filme do estúdio Ghibli, lançado em 2006). E não estou dizendo que o diretor Kenji Nagasaki copiou essa parte. De forma alguma.  Notem apenas, como certas cenas parecem ser recorrentes. O que poderia significar um sonho desses? No caso de No.6, temos Nezumi criança ouvindo a voz da Mãe, Elyurias. Certamente, ele havia passado por experiências no .sistema da No. 6, na qual envolviam a conexão mediúnica com a Mãe. Suposição minha, claro. 
Outra, eu realmente, achei que a relação entre o Shion e o Nezumi fosse parecida com a de irmãos, ou algo mais complexo...(olhando agora, depois de concluída a série). O que me levou a pensar assim? Ambos se protegem. E o Shion quer ser forte como o Nezumi. Isso não diz nada? Sem dizer que havia toda aquela história do Nezumi nunca ter se apegado a alguém antes,etc.etc. Na verdade, Nezumi foi um produto do meio. Ele tenta proteger Shion disso quando entram no "sistema de correção" a fim de resgatar a Safu. Nezumi não quer que o Shion mude como ele. Mas, em um episódio vemos Shion carregando uma arma e atirando pra matar... Logo, inevitavelmente, ele mudaria... 
A Safu nutria um amor infantil pelo Shion, e aos poucos, vai se perguntando o que é a No.6. E eu tenho pra mim, que ela só cai em si, quando não a deixam entrar na cidade com um livro de Pablo Picasso.  Tá certo que antes ela já se indagava sobre a condição do Shion ter sido banido, mas, é nesse momento em que ela desperta. Ou, se for pra falar em termos de sci-fi, ela se despluga, tira o chip, e vê que tem algo de errado com a cidade.  Ainda temos a Inukashi,uma menina que cuida de cães e os aluga como cobertores. Pessoas com frio, param no hotel para se aquecerem.Ela foi outra vítima da No.6, uma sobrevivente, criada por uma cadela (é exatamente isso). Acho que um dos momentos mais emocionantes, é quando ela está com um bebê no colo (Shion o amarra a um de seus cachorros, no meio da invasão/aniquilação do Distrito Oeste). O bebê balbucia "mama",e é inevitável não lembrar que a Inukashi também é uma órfã.   

Última consideração: não, eu não estou recomendando No.6 (leu isso, Davidson?) Talvez esse animê não agrade a todos. E assim como eu, deve ter havido algum resistente. Mas, é bem produzido, sucinto (só 11 episódios) e a história é ótima. 

[1] http://en.wikipedia.org/wiki/No._6

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