Na verdade,esse seria um conto de uma parte só, mas como acabou ficando grande demais, minha mentora exigiu que eu o fizesse em duas partes, senão pegaria justa causa. xD .Brincadeiras a partes, esse conto é fruto de uma história que contei a minha esposa faz uns três anos atrás. Com algumas modificações, claro. Oficialmente, esse é meu primeiro post aqui, mas já houve outro chamado O executivo (não o coletivo). Espero que gostem e boa leitura.
Era 21:o3 de uma sexta-feira. Choveu por um curto período. Contudo, fora tempo suficiente para que um raio acertasse um poste. Faltou energia elétrica naquela noite. E os irmãos, Denis e Rafael, iluminados pela luz de uma vela no centro da mesa, conversavam. Dentre tantos assuntos, Denis mudou para a fofoca da semana:
Era 21:o3 de uma sexta-feira. Choveu por um curto período. Contudo, fora tempo suficiente para que um raio acertasse um poste. Faltou energia elétrica naquela noite. E os irmãos, Denis e Rafael, iluminados pela luz de uma vela no centro da mesa, conversavam. Dentre tantos assuntos, Denis mudou para a fofoca da semana:
- Muito triste o que aconteceu com os vizinhos né?
- Pois é, quem imaginaria que a Dona Marta faria uma coisa assim. Também pudera, pegar o marido na cama com outra. Deve ter sido uma barra - complementou Rafael.
- Será verdade o que o pessoal tem comentado desde que eles se mudaram há um mês e meio?
- Cara, isso é mentira, não acredito nessas coisas, não.
- Mas, até os pais do Geferson viram, e disseram que um vulto estava a redor da casa.
- Só acredito vendo, estão querendo transformar isso em mais uma lenda urbana. Daqui a um tempo ninguém mais vai lembrar disso.
- Sei não cara, ainda disseram que ela usava a mesma roupa de quando foi sepultada. Aquele vestido preto.
- Isso é conversa pra boi dormir, vai ver é só alguém querendo pregar uma peça.
- Será?
Ficaram em silêncio por um instante, até ouvirem:
- Vocês não deviam estar falando sobre isso.
Denis emendou:
- Mãe, é feio ficar escutando a conversa dos outros. E não estamos fazendo nada demais.
- Eu proíbo de conversarem sobre isso! A voz agora estava mais aguda, parecia estar bem irritada.
- Tá bom, mãe, vamos falar de outra coisa, tá legal? - disse Denis.
O silêncio voltou, ficaram assustados com a irritação da mãe, parecia que aquilo a incomodava mesmo.
- Denis, eu tô com sede, pega uma água pra mim? Por favor?
- Ahh, preguiçoso, só vou porque me deu sede também.
Denis se levantou e foi até a cozinha, nem precisou da vela. Apesar do escuro, guiou-se tocando nos móveis que encontrava no caminho. Nem passou um minuto e ele voltou, demonstrando-se assustado.
- Rafael, quando a mamãe falou com a gente, a voz dela veio da cozinha, né?
- Sim, porque cara?
- Estranho, mas ela não tá lá. Se tivesse saído, teríamos escutado.
O ar da sala pareceu pesar, ambos sentiram um arrepio subindo a espinha.
- Vai ver ela tava no quarto. Ou estávamos distraídos quando ela voltou pra lá. Né?
A porta da sala se abriu, era Dona Gisela, mãe de Denis e Rafael.
- É meninos, acho que não vai demorar muito até a luz voltar. O pessoal da empresa de energia chegou tem um tempo, e já estão trocando o transformador que queimou, não deve demorar muito para a energia voltar.
Rafael pareceu ter visto uma assombração, ficou pasmo com aquilo.
- Mãe, como passou pela sala sem que percebêssemos? - perguntou.
- Ué, passei tem quase uma hora, disse que ia ficar na frente de casa. Não lembram?
Denis e Rafael se olharam e engoliram em seco. Preferiram nem pensar quem estava conversando com eles há menos de cinco minutos atrás. A luz ,finalmente, voltou e eles continuaram calados.
Imagem: Josh and the candle 01 by ~JNix1981
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