Destino cruzara a sala, furioso. "Como podem me culpar de tudo? Não fiz nada...Humanos são tão mesquinhos! Sempre empurrando a culpa para os outros. Raramente pedem desculpas e não assumem seus erros! Como gostaria de dar uma lição neles! Ah, aí, sim veriam que com o Destino não podem mexer!". "Acalme-se, irmão. Preocupações são coisas para humanos. Deixemos isso de lado". "Não, Fortuna, eu não posso simplesmente deixar passar! Não dessa vez!". "Está com a cabeça quente, não agirás racionalmente. Conheço-te bem, vais se arrepender depois....". Destino senta-se em um sofá (objetos humanos sempre lhe causaram curiosidade, por isso os possuía). Esgotado, passara o dia ouvindo reclamações. Mas,o que poderia fazer se a culpa de tudo caíra sob suas costas? Acaso não eram os próprios humanos que com seu descuido causavam acidentes? Que tinha a ver com isso? "Que inveja tenho de você, irmã. Só recebe agradecimentos. Não tem chateações". "Cada um com a vida que lhe coube...". "Isso não é verdade. Algumas pessoas não podem sequer escolher". "Irmão, agora que está mais relaxado, podemos conversar mais seriamente?". "Estou só no meu expediente....". "Enquanto estava andando pela sala, estive analisando sua situação". "Ótimo", disse apoiando o queixo sobre as costa da mão, "Conte-me a que conclusão chegaste". "Já percebeu como as pessoas agem sem se dar conta das conseqüências de seus atos?". "Noto isso o tempo todo". "Se algo não sai como elas esperavam põem a culpa no Destino. Sabe me dizer o por quê?". "Por que são admitem seus erros". "Porque pôr a culpa em alguma entidade tira-lhes a responsabilidade por seus atos. Elas precisam se sentir menos culpadas.Por isso,tente não ser tão maldoso com os humanos. Eles são dignos de nossa compaixão" ."Mas, ainda assim é errado...",diz o Destino olhando para o horizonte pela janela.
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