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Channel: Não tem pão
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Destroços da guerra

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Um trapo velho. É como me sinto. Jogada às traças. Fulgurando a própria tristeza. Sem fim, sem começo. Já passei por isso tantas vezes... Não me garantiu forças maiores, acredite. Não sou blindada. Sou uma garota. Sensível como tal. Sentindo até os fios de cabelo a minha tristeza... Perene? Fico a pensar nisso... Passageira? Queria que fosse. Atacaram a minha fortaleza. 
Eram bombas nucleares, foi horrível: vísceras, sangue, dor. Não estava em guerra, para quê a brutalidade? Se dizes se importar devemos assinar um tratado de paz. Seu território, meu território – separados. Não entre na minha propriedade, carniceiro! Fique longe! É, aí está bom. Não se aproxime mais de um palmo, somos inimigos agora. Não há como voltar. Você sabe como? Não sabe? Adivinhei que não. Tudo ficou estranho depois do ultimo bombardeio... Sabe como sou sentimental, não quis admitir, fui durona o quanto pude agüentar. “Não vou chorar, não vou”. Chorei, no final das contas. Tanta dor, melancolia, perda, desapontamento... Raiva! De ti, de mim... dela! Ela é seu ideal. Ela é o seu sonho. Não faça mais comparações, elas me machucam. 
Não me faça odiá-lo. Não me faça vê-lo como os outros. Pare aí mesmo, quero distância, antes que me arrependa e caia nos seus braços novamente – te quero longe. Nunca deveria ter deixado a porta aberta – se pudesse prever – fechá-la-ia. Por que entrou se não pretendia ficar? Não brinque com sentimentos, meu coração é fraco. Infarto do miocárdio pode matar. Olhe a cerca. “Não entre”, o aviso diz. As relações entre nossos países, rompidas pelo seu egoísmo. Porque não soube ver o que estava próximo, perdeste. Agora a propriedade é privada, tome cuidado com os cães. Tomara que te mordam na próxima invasão.  Sou contra guerras armadas, portanto, a nossa será tácita. Com gestos silenciosos, sua cerca, a minha. Ultrapassar a fronteira sem passe? Jamais. Perdemos a senha. Os seus sussurros viraram um redemoinho itinerante. “Não”, os sussurros vão e voltam. A guerra se foi, sou uma sobrevivente dos furacões. 

Imagem: REDby ~KeithEric

Publicado, originalmente, em 19/09/2009. Revendo o passado. Só pra lembrar do quanto fui deprimente^^" Sei que não é terça. como diz no "plano semanal", mas, me deu vontade de postar algo...

Por que gostei de No.6

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       Olá! Faz um tempo que não postava nesse marcador. E, aliás, irei falar de um animê que findou recentemente. Mas, não me proponho a fazer uma análise longa. Bem, trata-se de No.6. Um animê que provocou diversas reações nos fãs de animação japonesa (sobretudo, nos rapazes da minha timeline).  No Twitter você podia ler coisas do tipo:"Como não ser homofóbico com No.6?" e "Você viu a cena final do episódio 6?#Medo". Só para citar um dos meninos que eu sigo. No. 6, na verdade, me surpreendeu por duas razões: 1. O mote da história é, realmente bom! 2. Foi o primeiro animê "shonen ai" que assisti. Por isso, toda aquela minha estranheza (via Twitter). Mas, não foi por causa de uma ou duas insinuações que eu deixaria de assistí-lo. Aliás,se o fizesse me arrependeria. Foi um animê super bem feito (estou falando do traço dos personagens e cenário). Além disso, depois do episódio 7, a história retorna para a cidade, No.6. Para melhor entendimento da série, sugiro os textos da Roberta (do blog Elfen Lied): Derrubando os muros de Number Six! ,do Denys (do blog Gyabbo) NO. 6 – Primeiras impressões ,e da Kyori (do blog Kuuhaku no Peeji): NO. 6 - What the hell, Bones? Eu até poderia dizer que foi um dos animês mais substimados dessa temporada (e injustamente). Agora, vejamos por que eu gostei desse desenho...
 (Atualizado: Faltou dizer que,só assisti ao animê. Não li a novel. Então, só avaliarei o que eu vi).


O começo


         No. 6 foi uma série de light novels, escrita por Atsuko Asano e publicada pela Kodansha, entre 2003 e 2011 [1].Em julho desse ano, a série foi adaptada pelo estúdio BONES. A história se passa em 2013. Ano em que o mundo fora dividido em seis divisões-cidades, depois de uma guerra que varrera parte da área habitável. Na cidade número 6, mora Shion,um menino de 12 anos, que estuda numa escola para gênios (aqui também conhecemos Safu, sua amiga). Mas, por  causa de um evento, toda a sua vida é transformada. Numa noite, ele abriga um menino que entra no seu quarto. O menino atende pela alcunha de Nezumi ("rato" em japonês).
Nezumi é um foragido. Shion o abriga, as pessoas descobrem,e no episódio seguinte ele é banido para outra cidade. Os dois se reencontram, com um pouco mais de idade. É aí que os frágeis muros da No.6 são desvendados.


Utopia versus distopia

       Obviamente, o animê  se caracteriza como ficção científica. A história se apresenta no futuro, de uma época hipotética, de pós-guerra e reconstrução da Terra. De um lado, temos a cidade feita para ser perfeita. Do outro lado,depois dos muros, o Distrito do Oeste  composto por pessoas que sobreviveram à No.6.
E Nezumi diz "bem-vindo ao mundo real". No. 6, segue pelo mesmo caminho de outras história de ficção científica. Aquela que mostra indivíduos condicionados para agirem de determinada forma (a mídia especializada comparou com o animê Fractale). Mas, todas as vezes em que me deparo com esse tipo de coisa, lembro, inconscientemente, de Matrix. Embora, o mote seja um tanto diferente,os conceitos estão lá. Membros da resistência, indivíduos que são "desplugados" da condição de alienação e, que por isso são aniquilados.


Personagens bem exploradas

          Para mim, o melhor desse animê são as personagens. Se eu for me estender para falar de cada uma, esse post terá que ser feito em duas partes. Portanto, vou me centrar nas que considero principais. Nezumi, Safu, Inukashi e Shion..Primeiro, e aqui eu irei falar dos protagonistas, Shion e Nezumi. As fangirls da série devem ter ido ao delírio com os dois. Mas, esses aqui parecem ter uma ligação. E não é uma ligação romântica, como poderiam supor (apesar de que, eu só estou falando do animê. A novel pode ter outra visão).  Só para informar mesmo, vi uma cena no episódio 5 que em fez pensar "Ei,eu já vi isso em algum lugar". Eu não me enganei.  

A cena do Nezumi se afogando em um pesadelo, foi, praticamente, igual à de Tales From Earthsea (filme do estúdio Ghibli, lançado em 2006). E não estou dizendo que o diretor Kenji Nagasaki copiou essa parte. De forma alguma.  Notem apenas, como certas cenas parecem ser recorrentes. O que poderia significar um sonho desses? No caso de No.6, temos Nezumi criança ouvindo a voz da Mãe, Elyurias. Certamente, ele havia passado por experiências no .sistema da No. 6, na qual envolviam a conexão mediúnica com a Mãe. Suposição minha, claro. 
Outra, eu realmente, achei que a relação entre o Shion e o Nezumi fosse parecida com a de irmãos, ou algo mais complexo...(olhando agora, depois de concluída a série). O que me levou a pensar assim? Ambos se protegem. E o Shion quer ser forte como o Nezumi. Isso não diz nada? Sem dizer que havia toda aquela história do Nezumi nunca ter se apegado a alguém antes,etc.etc. Na verdade, Nezumi foi um produto do meio. Ele tenta proteger Shion disso quando entram no "sistema de correção" a fim de resgatar a Safu. Nezumi não quer que o Shion mude como ele. Mas, em um episódio vemos Shion carregando uma arma e atirando pra matar... Logo, inevitavelmente, ele mudaria... 
A Safu nutria um amor infantil pelo Shion, e aos poucos, vai se perguntando o que é a No.6. E eu tenho pra mim, que ela só cai em si, quando não a deixam entrar na cidade com um livro de Pablo Picasso.  Tá certo que antes ela já se indagava sobre a condição do Shion ter sido banido, mas, é nesse momento em que ela desperta. Ou, se for pra falar em termos de sci-fi, ela se despluga, tira o chip, e vê que tem algo de errado com a cidade.  Ainda temos a Inukashi,uma menina que cuida de cães e os aluga como cobertores. Pessoas com frio, param no hotel para se aquecerem.Ela foi outra vítima da No.6, uma sobrevivente, criada por uma cadela (é exatamente isso). Acho que um dos momentos mais emocionantes, é quando ela está com um bebê no colo (Shion o amarra a um de seus cachorros, no meio da invasão/aniquilação do Distrito Oeste). O bebê balbucia "mama",e é inevitável não lembrar que a Inukashi também é uma órfã.   

Última consideração: não, eu não estou recomendando No.6 (leu isso, Davidson?) Talvez esse animê não agrade a todos. E assim como eu, deve ter havido algum resistente. Mas, é bem produzido, sucinto (só 11 episódios) e a história é ótima. 

[1] http://en.wikipedia.org/wiki/No._6

O que penso sobre Bakuman

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(Esse post é só um "extra" que escrevi ontem. Na verdade, não tem muita importância. E já é só questão de opinião, estou postando fora do dia combinado. Vide o texto na lateral com o plano da semana)
        E foi só Bakuman ser lançado no Brasil para choverem resenhas falando do mangá. Havendo mesmo, pessoas que compraram o primeiro volume sem nunca o terem lido (até pouco tempo você poderia achá-lo em scanlators). Só que, adivinha o que acontece em seguida? Elas se veem ludibriados por pessoas "entendidas" no assunto. Já que uma parte considerável da "mídia especializada" é fã confessa do mangá. 
Uma coisa óbvia: só quem fala bem de Bakuman são os fãs, fora isso, todos o repudiam. Um retrato do que eu disse, sobre os que compraram o volume sem ter ideia do que estavam pagando para ter, vocês podem ler aqui e aqui

E o resenhista observa:

Ao listar as "qualidades" de Azuki, Akito comenta: "Ela sabe naturalmente que ser uma esposa bonita é o caminho mais fácil para a felicidade", "Acho que ela aprendeu naturalmente que é melhor para uma garota ser graciosa e educada", "Ela sabe instintivamente que ser 'esperta' não é ser atraente", entre outras frases misóginas que devem fazer a alegria dos machistas mais reacionários.

Ele notou algo que nem eu tinha visto! E aposto que a maioria dos que leem a série não se deram conta. Ele fala do papel submisso da mulher em Bakuman. Tá bom , até aí eu concordo.Afinal, Bakuman é um mangá para garotos (e em que shounen mangá a mulher não é idealizada?). Só que, se ele pode ir por esse caminho...Eu também posso. Alguém que leu o mangá (mais do que um volume, por favor), viu o que a Iwase faz lá pela metade da história? Ela quer ficar em par de igualdade com o Akito. Iwase se torna uma mangaká para provar que também pode fazer isso. Ou será que só eu vejo as coisas por esse lado?
Outra observação, um tanto presunçosa, que li:

O espírito da série pode ser resumido em um clichê da auto-ajuda: "tudo o que quiser você terá, só basta acreditar". Desde que, é claro, você tenha sorte e não seja mulher.

Novamente o lado machista que o resenhista faz questão de frisar. Só que...onde Bakuman é auto-ajuda, meu santo? E aqui eu tenho que me posicionar e dar o meu relato pessoal. No ano passado,quando li esse mangá, fui impulsionada pelos dois nomes da capa (Tsugumi Ohba e Takeshi Obata,mesmos autores de Death Note). Ele foi recomendado por um amigo. E aconteceu uma coisa um pouco estranha...Eu me peguei pensando na minha vida,e no rumo que ela tomou. Das coisas que esqueci. Bakuman ressoou em mim.E eu só posso resumir a série em uma frase: "Bakuman fala de sonhos". O mangá te faz pensar (temos até um relato pessoal aqui). Quem lê Bakuman e gosta da história, quer saber como vai terminar, se eles vão conseguir realizar os seus sonhos.E lá pelas tantas, acabam acompanhando a história por causa do sentimento que sentiram ao lerem.  Eu sei,é exagerado. É uma visão sentimental da coisa. Mas,é como eu penso que boa parte dos que apreciam a série se sentem. Eles gostam da motivação das personagens (o caráter "novelinha"do mangá só colabora para que se torne viciante, também).

Sobrevivi...

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Ontem aconteceu uma das etapas mais importantes da minha vida. (É,acho que posso dizer por esses termos...). Os detalhes vocês podem ler no meu Tumblr (clique aqui). E,como prometido: Comemorei com batatas fritas! \o/
Onde prometi isso? No Twitter,claro. Onde mais eu iria postar algo tão comum...?
Estou um pouco aliviada,mas,não satisfeita. Há muito trabalho pela frente... E só para avisar: os posts do blog ficarão mais minguados. (Não tem outro jeito). PORÉM, se sentir saudades, pode ir ao meu Tumblr (vez ou outra eu atualizo). 

Sentirei falta de visitar o espaço dos meus amigos blogueiros: Davidson,CaioFelipe,Wyll e Kyori.

Escapando do Blogger

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         Primeiro: Isso não é um adeus. Eu amo demais isso aqui pra,simplesmente, fechar o meu blog. Segundo: O único motivo para eu deixar de postar é porque estou sob muita pressão. Estudos novamente...Acho que algumas pessoas entenderão...
Terceiro: Sempre haverão as redes sociais da vida...Ou seja, encontre-me no Twitter: @suzi_dono. Ou no Tumblr

[New Earth] Episódio 1

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Eu poderia começar essa história pelo conhecido “era uma vez”. Mas, acho o termo "batido" e desnecessário. Basta dizer que em uma determinada tarde, dois amigos confabulavam. 
  ...
Felipe deitado, com o controle na mão mudava de canal a cada dois minutos. Revistas em quadrinhos, cards e folhas de caderno espalhados no chão, na mesa, na cama, na cadeira.
- Só na manha... - Bruno aparece na porta do quarto, encosta-se ao batente.
- Nada. Estava caçando meu jogo de God of War 2.
- Sei... e pelo visto não encontrou.
- Encontrei poeira, provas da escola e meus mangás.
- Hey, eu quero aquele! – Bruno aponta para o último volume de Death Note.
- Pode pegar.
- Já que você não está fazendo nada... Pode me ajudar com uma coisa?
- Lá vem a facada... Se for dinheiro, vou logo dizendo...
- Não é dinheiro. Estou escrevendo uma história.
- Ah, eu sei, é aquela sobre um mundo paralelo à Terra?
- É, essa mesma.
- Hmm – Felipe finge que se importa.
Bruno entende de cara.
- Você não leu, né?
Felipe fez que não com um leve meneio de cabeça. Sentiu vergonha por não ter lido. Não por falta de consideração, só que...
- Por que você não leu? – Bruno perguntou indignado.
- Não tenho paciência para ler textos longos no computador... Foi mal, cara.
- Da próxima vez eu imprimo pra você – o olhar de Bruno foi fuzilante.
- Trégua. Trégua – Felipe pegou uma toalha e acenou em sinal de rendimento – O que você quer que eu faça? Já pedi desculpa.
- Eu não sei se “foi mal” é uma desculpa decente. Mas, ainda pode se redimir, SE me ajudar com a história.
Felipe riu, achou divertido. Cruzou os braços e se preparou para ouvir o que Bruno havia escrito.
- Tá. É assim que começa o terceiro episódio:


“A nebulosa de Órion se aproximava de nossa nave. Enquanto o capitão Gregory checava as coordenadas íamos em direção ao nosso fim. Era um destino trágico para nossa jovem tribulação. Diego, nosso mecânico, morreu depois de ter contraído uma gripe tropical. Por que havíamos ido para a Terra onde só existia hostilidade e doenças? 10.000 anos após a Grande Guerra, só o que havia eram tribos nômades. Voltaram ao seu estado primitivo. Homens das cavernas – era como os chamávamos em nosso rancor. A segunda tenente contraíra uma gripe que agora avançava para uma tuberculose. Nossos medicamentos iam sendo consumidos. Todos os dias um cadete caia convalescente. Depois sem vida. Embalsamamos os corpos para evitar o odor fúnebre”.
- Para aí, Bruno. O que houve? Da ultima vez eles estavam navegando alegremente pelos campos da idílica terra do paraíso.
- Se tivesse lido o capitulo dois, você saberia que ambos os mundos entraram em um colapso político-civil porque os habitantes da terra precisavam de água potável. A água havia se tornado um bem raro.
- Hmmm... Sei... Tinha robôs gigantes soltando raios lasers pelos olhos?
- Sim, tinha robôs gigantes. E eles tinham uma arma de grande alcance...
- Que soltava raios lasers provocando grande destruição?
- Não. Eles atiravam uma bolha na qual os humanos ficavam presos, inconscientes.
- E os humanos ficavam presos em casulos para depois serem usados como fonte de energia para os extraterrestres invasores?
- Não! De onde você tira essas coisas? Tá, deixa eu explicar: para evitar que a grande guerra se prolongasse,os habitantes da terra do paraíso colocaram os humanos em bolhas orgânicas.
- Como em um grande útero...
- Isso mesmo... Como em um grande útero, eles...
- Aguardavam a hora de renascerem com seus corpos cintilantes, com super poderes e mecanismo robótico.
- Na verdade, o objetivo era, basicamente, mantê-los a salvo enquanto a terra fosse reconstruída...
- Mas, isso poderia durar anos!
- Poderia, se o povo da terra do paraíso não tivesse tecnologia e recursos para acelerar o crescimento da flora local, garantindo o pouco que ainda sobrava de vida no planeta.
- E quanto à escassez de água?
- Essa parte ainda não desenvolvi. Pensei no compartilhamento da água. Ela seria levada para o outro planeta em grandes tanques...
- Não, Bruno. A água não pode ser retirada de um planeta para outro. A solução seria fazer sedes para o tratamento da água. Você não disse que o povo desse planeta idílico tinha tecnologia e recursos?
- Pode ser... – Bruno deu ima olhada na história – a gente pode discutir esse capitulo outra hora?
- Por quê? Agora que estava ficando legal...
- Tenho que adicionar a sua sugestão no capítulo dois.
- Viu? Acabei ajudando mesmo sem ter lido.
- Dessa vez Bruno teve que engolir o orgulho e concordar. Juntou o roteiro da história e se despediu. Felipe ainda acrescentou, antes do amigo sair:
- Da próxima vez coloca uns robôs com raios lasers. 
 
CONTINUA. AGUARDE O PRÓXIMO EPISÓDIO.

[New Earth] Episódio 2

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New Earth fala de dois garotos que decidem escrever uma história de ficção científica. Bruno, quem teve a ideia, arrasta Felipe (colega de classe) para compor um conto onde a Terra é um planeta distante e quase inabitado. Por causa da poluição, os seres humanos são obrigados a viverem em outro mundo. E essa sub-história é narrada por um fuzileiro. Para acompanhar os episódios anteriores, clique no marcador dessa postagem.


Bruno entrou no ônibus ainda com cara de sono. Felipe estava no fundo. Logo a condução se encheria de estudantes. As conversas mal seriam ouvidas. Só o barulho insuportável das vozes sobrepujando-se umas as outras, se fazendo ouvir sobre as demais. A adolescência e sua vivacidade...
[...]
Felipe cochilava encostado à janela.
- Ei, acorda aí! – Bruno dá uma cotovelada no amigo.
- Hã?! – Felipe passa a mão no rosto e boceja.
- Nem tirou as remelas!
- Tirei, sim – passou os dedos nos cantos dos olhos – Claro que tirei...
Com todo aquele barulho (não mencionando o sacolejo característico de ônibus velho) os dois iam calados. O trajeto inteiro é assim. Muito cedo para conversas. Cedo para acordar. Cedo para o colégio.
[...]
Primeiro, segundo, terceiro tempo e, hora do intervalo. Quinze minutos e uma breve conversa.
- Vamos continuar a história? – Bruno puxa o caderno, pega a caneta e ajeita a folha.
- O que mais você escreveu? – Felipe pergunta com a boca cheia. Segurava um misto na mão direita e um suco de maracujá na outra.
- “O capitão Gregory decidiu, de pronto, voltar ao nosso planeta. Embora não houvesse mais o que fazer, navegávamos para além da Órion. Para nossa terra natal, a adorada New Earth. Se tivéssemos de morrer, que não fosse em um lugar desconhecido no espaço. Que nossos túmulos fossem cavados em solo pátrio!
Ainda pensava em nosso funeral quando o capitão entra com uma expressão pálida. O combustível no fm. A tripulação definhando. A gripe que atingia os subordinados era mortal. Essas eram as noticias de última hora... da última hora...”.
- Que triste, Bruno! Não há um antidoto, uma vacina?
- Não. Olha só, Felipe – diz gesticulando com as mãos, característica sua quando queria explicar algo – Imagina um grupo de exploradores enviados a uma floresta tropical da qual não soubessem mais do que aprenderam em livros. Haveria uma grande chance deles contraírem uma doença causada por algum mosquito, ou coisa parecida.
- Foi o que aconteceu?
-É... foi algo semelhante...Agora, você me deixa continuar?
- Por favor.
“Restavam apenas os pilotos, eu, e o próprio capitão, que já apresentava sinais de cansaço”.
- “O capitão tinha uma resistência imunológica impressionante, resultado de sua origem genética”.
- O que a genética tem a ver com isso?
- Sério! Por que ele resistiria tanto, se não tivesse uma predisposição genética privilegiada?
- É verdade... – Bruno fez uma observação ao lado da página digitada.
- Pois, sim, continue! 
“Eu, como subtenente, esforçava-me ao máximo para me manter são, mental e fisicamente. Apenas cinco horas de casa. O capitão reclamando e pressionando os pilotos. As turbinas foram ligadas. Estávamos a muitos quilômetros por hora. Milhares? Anos-luz? Minha cabeça dói e o único som que chega aos meus ouvidos é o dos motores”.
- Propulsores.
- O que?
- São propulsores. É um tipo de engenho que dá movimento a certas máquinas. Foi o que deu impulso à nave. Eles estavam em alta velocidade, certo? Tem que imaginar como deve ser o suporte do motor.

- Boa sacada... Essa palavra fica melhor – diz rabiscando ao lado – Continuando.

”Os gases em volta de New Earth formavam aureolas prateadas. Quisera eu não ter sido convocado para viagem da minha morte... Não estaria delirando com imagens do meu planeta... o capitão me acordou ainda há pouco. Disse que estávamos a alguns quilômetros. Comecei a rezar para que chegássemos logo e que nada nos parasse. Em momentos de desespero, tudo o que podemos nos apegar é ao sobrenatural. Um milagre!
Avistei os campos verdes, o azul esverdeado dos lagos. Depois as casas, as lindas construções do Ministério da Tecnologia e Robótica Avançada. O que me fez lembrar: meu braço esquerdo fora refeito ali. Muitas horas de recuperação e adaptação. Recordações dolorosas servindo ao meu país, sendo um exemplo... de que mesmo? De covardia, suponho. Tantas vidas perdidas naquela guerra inútil. Eles não citam isso, os livros de História.  Os rebeldes jogando granada,os robôs revidando. Os corpos em decomposição. Corpos humanos. Por que tive que viver para ver isso? Por que não morri no percurso? Existe um propósito eu estar vivo? Humanos são tão delicados, vivem pouco. Ao olhar meu braço não-robótico,dou-me conta de que sou um ser artificial,ou um simples meio-humano. Esse braço é meu. Ainda vivo”. 
Toca o sinal para o fim do intervalo. Os meninos marcam para outro dia.

[New Earth] Episódio 3

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New Earth fala de dois garotos que decidem escrever uma história de ficção científica. Bruno, quem teve a ideia, arrasta Felipe (colega de classe) para compor um conto onde a Terra é um planeta distante e quase inabitado. Por causa da poluição, os seres humanos são obrigados a viverem em outro mundo. E essa sub-história é narrada por um fuzileiro. Para acompanhar os episódios anteriores, clique no marcador dessa postagem.

Um desafio para aqueles que se aventuram pelos mares da ficção cientifica se chama criatividade. É que nem sempre ela funciona como se espera. Às vezes, as nossas ideias se confundem com outras, formando um emaranhado. Nós cegos que precisam ser desatados.
...
Por mais que Bruno tentasse, as ideias não surgiam. A crise de criatividade viera como a gripe suína, precisava ser tratada imediatamente.
...
- Cara, preciso da sua ajuda. É urgente – falou ao telefone.
- Chama o Samu, a polícia, os bombeiros – disse Felipe do outro da linha.
- Sério! Não consigo continuar com a história.
- Que história? – disse pouco interessado.
- Aquela das duas Terras.
- AHH!
- É um entrave, sei lá...
- Chama o serviço de urgência que você deve ter batido a cabeça e as sequelas devem estar aparecendo só agora.
- Já falei que isso é sério.
- Que drama. Tudo é sério para você.
- Ahhh...esquece, Bruno. Pensei que você me ajudaria...mas, vejo que não.
- Se é assim, o que posso fazer por você? Aproveita que estou no meu horário de expediente... Não sendo dinheiro...
- Você precisa continuar a história.
Felipe engasgou.
- Sem você?
- É. Não outro jeito.
- Sabe que tirei nota baixa em Português, não é?
- Estou ciente.
- Então deve supor que essa ideia de eu escrever uma história está além do que posso fazer.
- Está enganado. Aqueles “toques” que me deu, tornaram a história mais interessante. E Felipe...
- Fala.
- Confio em você.
Felipe sabia que o “confio em você” era o golpe mais baixo que Bruno aplicava,justo por uma razão: apelava para o lado emocional. Sabia também, que depois que essas palavras eram pronunciadas, ele tinha o “não, posso fazer isso” à seco.
- Tá bom! Seja o que Alá quiser! – falou, vencido.
- Um capítulo. Só tem de escrever um capítulo.

[New Earth] Episódio 4

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New Earth fala de dois garotos que decidem escrever uma história de ficção científica. Bruno, quem teve a ideia, arrasta Felipe (colega de classe) para compor um conto onde a Terra é um planeta distante e quase inabitado. Por causa da poluição, os seres humanos são obrigados a viverem em outro mundo. E essa sub-história é narrada por um fuzileiro. Para acompanhar os episódios anteriores, clique no marcador dessa postagem.


Era tarde quente e Felipe começava a se chatear. Um momento de silêncio. Ele girava o lápis.  Uma, duas, três vezes. Não tinha a menor ideia do que escrever. Seus pensamentos se embaralhavam. “Ah, não. Isso não serve”, apoiava o lápis sob o queixo. Coçou a cabeça numa indecisão: deveria usar uma linguagem coloquial ou prosseguir na linha séria de Bruno?
“Bom, ele quase implorou para que eu escrevesse. Vamos ver no que vai dar”. O lápis escorregou até as pontas dos dedos. Polegar, indicador dedos auxiliares...e a história se formava.
...
Os grandes anéis de New Earth ficaram para trás. Sumindo até  tornarem-se nuvens estreitas. Eu os acompanhava da janela. A nave passou por um campo de handball avançado. Handball é um esporte muito popular em New Earth. Na Terra jogava-se um esporte parecido. Aqui, ele foi aperfeiçoado para ser jogado no ar com tênis modificados. Eles tinham turbinas embaixo. O próprio capitão Gregory era o artilheiro do time nacional. Descobriram , depois de anos de pesquisa, que tal esporte fazia bem ao corpo, e com certa frequência, à mente. Os jogadores eram robustos e tinham uma resistência e destreza impressionante. O esporte era parte da rotina dos soldados.
O oxigênio de New Earth subsistia graças a um engenhoso aparelho que convertia o ar impuro em “ar respirável”. Fora dali, tudo era letal. De modo que, somente as bactérias conseguiam existir. Não havia nada para além dos anéis que fosse respirável, como todos sabiam. Enquanto estivessem dentro daquela espessa cobertura de vidro, estariam intactos.  Fora dela, chuva de meteoros, doenças e morte.
...
Felipe ainda conjecturava sobre a história quando ouve o celular tocando.
- Fala!
- E aí, já  terminou o capitulo?
- Você acha que eu sou um robô? Claro que não terminei.
- Quanto você  escreveu?
- Comecei um parágrafo, me perdi e agora não sei como continuar.
Bruno soltou uma gargalhada do outro lado da linha.
- Deixe comigo!
Felipe suspirou aliviado. O som da voz da mãe entrou no quarto:
- Você não vai almoçar?
- Esqueci! Já  estou descendo, mãe!
- Seu pai não gosta quando não está na mesa – disse isso enquanto descia as escadas.
- Bruno, tenho que ir almoçar. A gente se vê amanhã, no colégio.
- Tá...O seu pai está aí?
- Ah, você  escutou?
- Não era para ouvir?
- O meu relacionamento com o meu pai é...complicado.
- Eu te perguntei sobre sua relação com o seu velho?
- Você não presta.
- É nessas horas que você precisa de um ombro amigo. Mas, eu não sou esse ombro. Hahá!
A regra entre eles era:  algumas solidariedade, nenhuma piedade.
- Tá. Eu não queria mesmo.
- Trate de revisar as linhas de hoje, e me traga amanhã!
- Pódeixa.
Depois que a ligação foi encerrada, Felipe teve a impressão de que tudo ao redor mergulhara  em silêncio. Olhou, distraidamente, pela janela. Primeiro, seus olhos acompanharam uma criança de mãos dadas com os pais. Depois, eles perseguiram um cão que corria na mesma calçada. Ele sorriu. Depois olhou para o céu e seu rosto fez uma expressão estranha. Apareceram ruguinhas na testa.   

Devo confiar na "mídia especializada"?

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Olá, meus leitores (se é que eu tenho algum...).Eu deveria ter postado antes.Porém,com milhares de coisas acontecendo,nem pude. Mais uma vez...por causa da minha má administração do tempo. Dessa vez estou voltando com um assunto que tem me incomodado bastante nos últimos dias. Primeiro: só explicar que "mídia especializada" é o termo que se usa para tratar blogueiros que falam sobre terminado assunto. Neste caso, animês

De uns tempos pra cá, notei que a mídia especializada brasileira tem me desapontando bastante. Com certa frequência os textos que eles postam são: ou pra falar mal ou bem sobre determinada série. Eu discordo bastante da ideia de que se deva falar mal sobre o que se assiste. Pra quê perder tempo postando em blog e Twitter dizendo que tal série é assim e assado? Sério,parece despeito. Quanto à pergunta: Se devo confiar ou não? Não,meu querido leitor. Se você quiser se aventurar pelos caminhos da animação japonesa TALVEZ falha a pena acompanhar um ou dois blogs. Recomendo que sempre tenha os antecedentes de determinado blogueiro. Procure o myanimelist pra saber quais os animês que ele(a) curtiu (deu notas altas), e de quais desistiu de assistir. Veja se os gostos dele(a) batem com os seus. Saiba se o que ele (a) está falando tem base. Se as séries que ele(a) curte não são aquelas que você odeia de todo o coração. Eu não serei hipócrita e direi para não julgar as pessoas pelo o que elas assistem. Você pode descobrir que o animê preferido de certa pessoa é Suzumiya Haruhi. E tal blogueiro deu nota dez para Lucky Star. E agora? O que fazer? Bom, você não é obrigado a ler e gostar do que eles escrevem (nem mesmo compactuar com isso que estou escrevendo!). Devo descreditar nesses blogueiros que não gostam do mesmo que eu? Aí é com você. Eu só acompanho os blogs com os quais compactuo (sou pra lá de preconceituosa quando se trata de animês). 

[New Earth] Episódio 5

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New Earth fala de dois garotos que decidem escrever uma história de ficção científica. Bruno, quem teve a ideia, arrasta Felipe (colega de classe) para compor um conto onde a Terra é um planeta distante e quase inabitado. Por causa da poluição, os seres humanos são obrigados a viverem em outro mundo. E essa sub-história é narrada por um fuzileiro. Para acompanhar os episódios anteriores, clique no marcador dessa postagem.


Passar um dia inteiro com o coroa não tinha sido muito agradável. Cansado e levemente mal humorado, Felipe coçou a cabeça. Os cabelos estavam espetados, como se tivesse levado um choque. Bruno entrou a parada de sempre, viu a cara desanimada do amigo, e disse:
-  Ih, já  vi que não tomou banho...Olha esse cabelo – triscou com a ponta do indicador.
- Cuidado, dá choque – Felipe afastou a mão de Bruno.
- Foi o que pensei – observou o rosto cansado de Bruno e perguntou – Você tá legal?
- Uhum – respondeu olhando pela janela.
No intervalo, eles nem saíram de sala. O refeitório era um lugar muito barulhento e alegre para a ocasião.
Outra hora voltamos à causa do desconforto de Felipe. Por hora, ficaremos com o diálogo travado entre eles:
- Ficou bom. Só  não sei como tudo terminou em futebol. Isso tem mesmo importância?
- Achei que caberia no meio de tantas desgraças...
- Ok...o que seria de uma nação sem um entretenimento esportivo? – disse, sarcasticamente. Felipe não entendia sarcasmo, o que dava a Felipe a deixa para abusar de tal recurso.
- Então, dá  pra continuar daí?
- Fica complicado...Mas, eu dou um jeito. Sou um dos melhores alunos da classe, como deve saber...- se gabou.
- Tá falando...
Felipe permanecia calado. Pouco falara naquele dia. 

[New Earth] Episódio 6

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New Earth fala de dois garotos que decidem escrever uma história de ficção científica. Bruno, quem teve a ideia, arrasta Felipe (colega de classe) para compor um conto onde a Terra é um planeta distante e quase inabitado. Por causa da poluição, os seres humanos são obrigados a viverem em outro mundo. E essa sub-história é narrada por um fuzileiro. Para acompanhar os episódios anteriores, clique no marcador dessa postagem.


Bruno encarava o teto. Naquela manhã acordara mais cedo depois de ser desperto por um pesadelo. Levantou num impulso, parou um instante. Sua cabeça pareceu girar. Ele se segurou na cabeceira. “Ai”, doía a cabeça. Depois que entrara no colegial, as dores passaram a ser frequentes. Tomou um analgésico e partiu num ônibus. As mesmas conversas, o sacolejo desconfortável, mãos, braços suados. Estranhou o fato de Felipe não estar no ônibus. Entrou em sala e quase cai, tamanha a surpresa. Felipe estava ali, estudando?! Esperaí, o mais impressionante: “ele acordou antes de mim?!”. Era isso ou sua mente lhe pregara uma peça. Espécie de ilusão de ótica. Mal teve tempo de se recompor e o professor substituto entra.


...


Gregory levou todos os atingidos pela doença para uma escotilha. Ficariam em quarentena. Eu, por enquanto, aguardo a minha vez de ser examinado por uma adorável enfermeira, que me encarou, sorriu e piscou. Meu dia de sorte? Mulheres earthnianas não tem fama se serem ´faceis´,mas esta, com certeza, tem intenções diferentes da ‘ajuda ao próximo´. Por alguns segundos, me deixei me levar por essa atmosfera de tranquilidade e retribui ao sorriso. Fuzileiros são jogadores de futebol profissional nas horas vagas. Habitualmente, a fama rende esse tipo de atenção. É algo que eu só posso aceitar. Sou fraco, admito. Mas, ninguém e negará algumas horas nos braços de uma mulher. Termino esse pequeno e fútil relato, dizendo que amanhã haverá uma nova escalação para uma nova inspeção na Terra. Meu nome apareceu na lista. Não me resta nada, além de mover o meu corpo por sobre os destroços do meu passado. É, eu irei. Esse é o meu trabalho. Não conheço outro modo de me redimir, senão embarcar e tentar fazer o certo. Preciso aproveitar esse momento de paz...


...
- Você rabiscou isso?


- É, fui eu.


- Não é muito clichê um soldado ser mulherengo?


- Eu sei. Mas, quis dar um ar de naturalidade ao fuzileiro...que não tem nome... Já pensou em um?


- Prefiro assim, anônimo.

[New Earth] Episódio 7

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New Earth fala de dois garotos que decidem escrever uma história de ficção científica. Bruno, quem teve a ideia, arrasta Felipe (colega de classe) para compor um conto onde a Terra é um planeta distante e quase inabitado. Por causa da poluição, os seres humanos são obrigados a viverem em outro mundo. E essa sub-história é narrada por um fuzileiro. Para acompanhar os episódios anteriores, clique no marcador dessa postagem.


Nesse momento, estou sendo guiado por um corredor em tons de neon. Esse pequeno tablet em que digito é o meu subterfugio. Não fossem as minhas memórias do presente, talvez estivesse em um divã. Fazendo analise pelo resto da minha vida. Não tenho família, me custa lembrar dos parentes que perdi. Duro demais. Coisa demais para pensar.
...

Bruno termina o paragrafo insatisfeito. Falta algo. Deitou e pegou num sono pesado.
...

Era o ano de 3040, e tudo ao redor estava envolto em um gás nocivo. Poeira, poluição, nevoeiro de fumaça de combustível. Ninguém para socorrer o rapaz que sucumbia no chão. Vivia até que a hemorragia  provada pela fratura em seu braço dissesse chega. Sua vista embaçava, respirava com dificuldades, os olhos miravam o céu. Caíra do alto de um prédio. Quantas costelas quebrara no choque do corpo com a sarjeta? Ants que se desse conta de que viveria por um ínfimo momento, viu a sua vida em flashes de memória. Distorcidos. Contornados pelo tempo. Só as mais importantes e efetivas. Sua mente imaginou não ser mais do que um pesadelo. Durante os poucos segundos  como vivente, lembrara da irmã que o esperava em casa, doente. “Que droga de vida”, fechou os olhos. Deixara de respirar.
Seis minutos antes.
Dois caras discutem no alto de uma construção de cinco andares. Um deles, muito nervoso, recuava. Ao se distanciar, alcançava a morte na calçada. “Entrega esse remédio!”, dizia o outro apontando uma arma. Seus olhos vermelhos e dilatados. “Eu não tenho!”. “Me dá esse remédio!”. “Cara, isso não é um alucinógeno. É uma vacina. Eu preciso disso para a minha irmã”. “Me dá logo isso!”, alteou a voz, correu para toma-lo à força. “Não!”,tentou fugir, mas, não havia chão. Caiu ao retroceder os passos.
...

Quase saltou da cama com o susto que levara. Pesadelo mais estranho. Bruno respirava como se tivesse acabado de correr para uma maratona, e suava como tal. Não passara de uma fantasia arquitetada por uma mente cansada. Deu-se conta de que sempre que imagina o futuro, ele sempre se mostra nebuloso e trágico.

[New Earth] Episódio 8

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New Earth fala de dois garotos que decidem escrever uma história de ficção científica. Bruno, quem teve a ideia, arrasta Felipe (colega de classe) para compor um conto onde a Terra é um planeta distante e quase inabitado. Por causa da poluição, os seres humanos são obrigados a viverem em outro mundo. E essa sub-história é narrada por um fuzileiro. Para acompanhar os episódios anteriores, clique no marcador dessa postagem.


As luzes se expandiam a medida que caminhávamos em direção à nave. Por fora, uma lataria qualquer. Dentro, o conforto de uma casa familiar.
...

- Cara, tive um sonho estranhão ontem à noite.
...

A tripulação é formada por veteranos de guerra. Todos tendo por volta de quarenta anos. Homens fortes e de bom tino.
...

- Isso só pode ser mau agouro.
- Sei lá, foi meio apocalíptico.
...

Ao chegarmos a Terra, notamos que uma espessa nuvem negra pairava sob a atmosfera. Não podíamos observar nada além do horizonte poluído. Um vulto caminhava por entre as plantações. No que julgamos ser, um humano usando uma manta preta.
...

- O que? Mau agouro? Deixa de ser supersticioso!
...

O homem apontava para a nave e nos encarava. O olhar lançado fora tão intenso que nos assustamos. Sua pele era de tal modo escura, que dele só podíamos distinguir os olhos.

Tezuka Day: Tema da blogagem coletiva de dezembro

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Diferente da blogagem coletiva anterior,na qual vários blogs comentaram um mesmo animê (no caso Kimi ga Nozomu Eien), o Tezuka Day está aberto para qualquer obra do Osamu Tezuka. Como gostei da iniciativa, estou divulgando. Será a oportunidade de conhecerem um pouco das obras do Tezuka através das resenhas. Anotem aí: o "evento" acontecerá no dia 17/12 (Sábado).

Quem confirmou presença :
- Gyabbo! - Apollo’s Song
- Mangas Undergrounds - Ode to Kirihito
- Subete Animes (Panina Manina) - Astro Boy
- Anikenkai - Phoenix 2772
- Neo Armstrong Cyclone Jet Armstrong Blog - A Princesa e o cavaleiro
- Mais de oito mil - Don Dracula
- Mangas Cult - Tetsu no Senritsu
- Folha Nerd - Parceria Tezuka x Maurício de Sousa
- ManGONZO - Hi no Tori
- Maximum Cosmo - Kimba
- Video Quest - Adolf
- Mundo do Coringa - Biografia 
- Special Days - Black Jack
- Radix - Dororo
- Netoin! - Fushigi na Merumo
- Moon Stitch - Ayako
- JBOX - Mangrafia
- OtakuYousai - Ma-chan no Nikkichou
- Visual Novel Brasil - Influência no mercado
- Troca Equivalente - Influência da Grande Guerra nas obras de Tezuka
- Otame - A Princesa e o Cavaleiro
- Otakismo - Faust e a influência do pop americano na obra de Tezuka
- Across The Starlight - Metrópolis

P.S.: é provável que o doc.com o nome das obras e dos blogs que participarão seja mudado. Verifique aqui.

Desenho da madrugada

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Como fui convidado a colaborar com o Blog estou postando um de meus desenhos toscos, o qual foi fruto de uma noite sem sono, sabe quando você está inspirado pra fazer uma coisa? Pois é, não é esse o caso. Contudo, está aí para vocês.

Arte com monstros - John Kenn

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Olá! Olha se eu não fui convidado para participar do blog da minha amiga, Suzi-dono! Que coisa bonita. Não pensei que ela quisesse expandir o blog assim, mas já que quis, vamos lá, começar a postar.

Há algum tempo eu me interesso por desenhar, faz pouco tempo, desde que eu tinha uns quatro anos de idade, e conforme vai passando o tempo, mesmo que não façamos curso algum para melhorar, de tanto ensaiar rabiscos em papéis por aí, adquirimos certa experiência, não é? Quando entrei na faculdade, todos diziam que Letras era o curso errado para mim, e lá no fundo eu concordava, afinal sempre amei desenhar. A grande inspiração veio num belo dia em que eu navegava por aí e descobri um blog de um artista que, para mim, é um dos melhores, eu gosto muito desse tipo de arte. Hein? Que tipo de arte? Ah, claro, antes de mostrar os desenhos de fato é legal dizer de onde ele veio.

John Kenn, dinamarquês, nascido em 1978, escreve e dirige programas infantis para TV, apesar de dar a maior atenção para os seus filhos gêmeos, o cara arranja um tempinho para desenhar monstros em papéis de anotações, segundo ele, "é uma pequena janela para um mundo diferente". E essa frase é muito interessante, pois quando criamos algo, temos que dar uma "vida" à nossa arte, precisamos nos esforçar para que nossos desenhos tenham uma "alma". De nada adianta o cara saber desenhar, se seus desenhos são mortos. E esse tal de John Kenn é uma das minhas inspirações como aspirante a ilustrador.

A arte dele é ao mesmo tempo simples e muito complexa. Suas ilustrações de monstros parecem, sim, ter vida e ele nos joga num mundo "invisível" para os humanos, um mundo que só quem trabalha com crianças pode ver. Se repararmos na sua arte, vemos que os tais monstros, que deveria assustar as pessoas ou, sei lá, devorá-las, não fazem nada disso, estão ali, apenas vivendo, como se fosse a coisa mais natural do mundo. Esse tipo de conceito é muito bacana, fora o detalhe de que ele desenha em papéis pequenos. Então, deixo aí para vocês um pouco da arte desse ilustrador magnífico que, mesmo "escondido" na internet, merece um destaque muito especial. Espero que ele inspire não só a mim, mas a muitos e que agrade aqueles que adoram arte.

 
Isso foi apenas uma amostra do trabalho dele, se quiser ver mais ilustrações, tão boas quanto essas, é só acessear o seu blog aqui.

E essa foi minha estréia! Ahá! Espero que tenha gostado, qualquer coisa deixa um comentário.

Allons-y!

Bakuman não tem nada de mil maravilhas.

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Para quem não me conhece eu sou blogueiro há 2 anos. Pedi para participar do blog da Suzi para fazer postagens sobre temas que fogem do propósito do meu blog principal (o Visual Novel Brasil fala a respeito de jogos japoneses). O meu objetivo nesse blog é fazer análises sobre filmes, series,animês e matérias sobre vários assuntos. Sempre gostei de séries americanas da mesma forma que gosto de animês. O meu gosto por si só é bem variado.

Decidi começar a minha estreia no blog aplicando um review de Bakuman que eu tinha feito.

Começando o review com a serie do mesmo criador do Death Note o Obata, Bakuman é uma serie feita pela Shonen Jump onde fez títulos famosos como Naruto, Bleach, One Piece, Dragon Ball.

As pessoas que me companham no twitter e nos meus blogs sabem que eu sempre nas minhas criticas eu cito os pontos ruins e bons de uma obra, não sou muito de dar uma veredito sem antes assistir a serie, bem antes de chegar na linha de raciocínio vamos começar falando do anime.

A historia se passa com o personagem principal Mashiro Moritaka onde ele sempre foi apaixonado por manga e sempre sonhou em se tornar um mangaka ate um certo dia o seu tio que era um mangaka famoso ter morrido de exaustão de tanto trabalhar faz Mashiro desistir de ser um mangaka.

Depois desse ocorrido ele procura se afastar desse seu sonho e quer ter uma vida normal para os padrões da sociedade japonesa que é trabalhar num escritório e viver sua vida sem buscar muitos objetivos.

Mashiro tem uma certa paixão por uma garota chamada Asuki Miho onde na historia não explica como surgiu essa paixão ele simplesmente é apaixonado por ela e pronto so que esse amor dele fica so na vontade e ele esconde esses sentimentos que sente por ela.



Um garoto que estuda na mesma sala que ele chamado Takagi Akito vem com a proposta de eles serem mangakas onde Mashiro seria o desenhista e o Takagi seria o escritor da historia.

Logicamente Mashiro recusou no inicio mais depois que ele descobriu que a Miho queria ser dubladora ele colocou na cabeça que quer fazer um manga para virar uma serie e assim a Miho se tornar a dubladora do anime deles.

Nesse meio tempo enquanto Mashiro fala com Miho sobre esse sonho deles para se tornarem mangakas ele declara para ela que ama ela e quer se casar com ela, depois disso eles ficam se comunicando em meio a SMS e nunca falam pessoalmente.

O desenvolvimento do romance entre o Mashiro e a Miho é muito mal desenvolvido a pessoa que esta assistindo a serie simplesmente não consegue engolir esse tipo de relação que não faz sentido, é um romance meio babaca se você analisar direito, se o anime se passaste na época da segunda guerra mundial eu ate entenderia que realmente o tipo de relacionamento entre um homem e uma mulher nessa época era assim bem arcaico mas Bakuman se passa no seculo XXI e qualquer adolescente dessa idade no Japão ja esta namorando.


Continuando depois que Mashiro e Takagi decidem começar a fazer manga eles vão trabalhar no escritório onde o tio de Mashiro trabalhava nesse ponto vemos o desenvolvimento dos personagens Mashiro e Takagi em busca de se tornarem mangakas e também no desenvolvimento da amizade deles que é bem trabalhado no decorrer do anime.

Um dos clichés que podemos reparar em Bakuman como em qualquer obra da Shonen Jump é que sempre os personagens costumam ter uma meta a superar que costuma ser na maioria das vezes superar uma pessoa ou alguém da família.

Exemplo? No caso de One Piece o personagem principal quer se tornar o Rei dos piratas onde esse título foi dado a Gold Roger, em The Prince of Tennis o Echizen quer superar o pai como tenista, em Naruto o próprio naruto quer se tornar o Hokage onde costumam mostrar que o Hokage que o pessoal mais admirou foi Yondaime que mais tarde Naruto descobre que era seu pai.

Temos vários exemplos ai que mostram superação de um certo personagem isso é meio um cliché das series da shonen jump e não precisa ser necessariamente da shonen jump para ter algo similar. No Ao no Exorcist que é um shonen nos mostra o pai do personagem principal o Shiro que como exorcista ele estava no level máximo que era Paladino e nesse nível so uma pessoa pode ocupar que quer dizer ser o exorcista mais forte da corporação, então Rin tem esse sonho de chegar ao nível máximo que é paladino.


Ou seja nesse sentido o Bakuman não tem nada de revolucionário é algo que se aplica a maioria dos shonens.

Como eu tinha falado do romance mal desenvolvido do Bakuman entre o Mashiro e a Miho onde chega a ser irritante por outro lado temos um relacionamento ate mais elaborado que é no caso do seu amigo Takagi com a Miyoshi Kaya onde ela é uma garota que é boa em artes marciais e tem uma certa queda pelo Takagi.

Enquanto o desenvolvimento amoroso entre Mashiro e Miho é fraco e mal desenvolvido o relacionamento de Takagi e Miyoshi é bem elaborado e vai se desenvolvendo muito bem ao longo da serie e faz mais sentido pela maneira que Obata vai desenvolvendo esses personagens.

Saindo finalmente na parte da analise amorosa vamos passar para os personagens secundários da trama, não irei falar de todos e sim de alguns e irei evitar os spoilers para o futuro acompanhador da serie não ficar com raiva.

Depois de uma longa luta Mashiro e Takagi decidem publicar seu manga na shonen jump mas como é de se esperar em qualquer empresa que faz serie de mangas eles irão passar por uma bateria de testes e analises para assim eles futuramente terem um manga na empresa.

Eles são entrevistados por Hattori Akira que sera seu futuro editor e ira ajuda-los a evoluir como mangakas como personagem o Hattori é um dos personagens que mais gostei da serie ele consegue manter um ar de calma mas também é uma cara bastante realista, ele quer que Mashiro e Takagi se tornem bons mangakas mas ele também quer ganhar com isso afinal ele é um trabalhador e vive disso então o relacionamento deles fica entre o meio termo de amizade e negócios.

Bakuman de certa forma é um dos mangas que mais ajuda na publicidade da shonen jump uma das coisas que não podemos nos esquecer é que a shonen jump é uma empresa e nenhuma empresa vai mostrar uma imagem negativa para o seu publico, infelizmente muitos leitores enxergam Bakuman como se a shonen jump foste aquilo que é retratado no manga mas não é, não se iludam com esse tipo de pensamento.


Porem isso é um manga é uma ficção mesmo tendo traços de realidade não podemos levar tudo que esta em Bakuman como a verdade absoluta para um mangaka no aspecto da shonen jump, na historia so podemos ver como uma empresa que quer mostrar na historia que é um bom no ramo para futuros mangakas que querem entrar na empresa deles mas também mostram que é um trabalho difícil de entrar. Então meio que eles divulgam a politica de sua empresa na historia sem deixar o manga chato de ler é uma boa maneira de publicidade é uma boa estrategia.

Porem no quesito de desenvolvimento de Mashiro e Takagi como mangakas isso você pode levar como um exemplo por mais forçado que possa parecer pelo fato deles conseguirem entrar sem muita dificuldade, a serie vai nos mostrando o esforço de superação e esforço dos personagens eles primeiro são analisados pelo editor e o mesmo o mostra como melhorar mas também ele coloca a realidade aos personagens onde eles terão pouco tempo para curtir por causa do trabalho, a serie consegue mesmo na ficção mostrar que o trabalho de um mangaka não é fácil nesse ponto a historia se desenvolve bem.

Enfim como não poderia faltar em um manga shonen sempre tem o tipico rival a superar e ele se chama Nizuma Eiji onde ele é um gênio prodígio, quando se trata de manga Mashiro e Takagi veem ele como um rival a superar porem para a surpresa de muita gente Nizuma é fan de Mashiro e Takagi algo que não é muito comum em ver em rivais de anime shonen.

Nizuma Eiji passou uma imagem muito negativa no inicio da serie pelo fato dele parecer meio boçal e dizer que caso o manga dele virar anime ele poderia escolher qual manga da shonen jump tirar do qual ele não gosta-se. Mas com todos os defeitos que ele tenha o Nizuma é um bom personagem que ajuda o Mashiro a evoluir como mangaka, não se tornando mais aquele tipico rival chato que so esta ali para colocar o protagonista para baixo.


Para dar analises finais Bakuman tenta passar uma imagem realista porem tem muitas coisas nele que chegam a ser boas demais para ser verdade porem se foste serio demais também não faria tanto sucesso como anda fazendo. Ele sabe medir o nível de realidade com ficção muito bem é um slice of life bem interessante de ver, mesmo que os primeiros episódios não agradarem muito o expectador no inicio da serie.

Em minha opinião pessoal Bakuman não é um dos animes que me deixa impressionado e também não acho nada revolucionário a diferença é que eles tocaram num tema que ainda não foi tocado que é como funciona um trabalho de um mangaka e por ser diferente isso chama atenção da mesma maneira que foi madoka magica. Porem isso é para um próximo review, como toda uma serie eu assisto antes de dar minha opinião sobre ela se baseando no meu estilo de gosto, você achar a serie boa ou não ai vai depender de você. Bem ate a próxima.

Encontro

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HEEEEEEEEEEEEEEEEEEEY   \o  ... Como vão gente? Bom, estou muito feliz de começar a postar aqui. Já faz um tempo que acompanho o blog da mamis (desculpa, mas é assim que eu gosto de chamar a suzi XD ). Eu gosto bastante de animes (um dos motivos por seguir o blog), de escrever, e fotografar, não que eu seja um fotógrafo nato. Ainda estou aprendendo. Quem sabe eu vire um fotógrafo mesmo? WHATEEEEEEEEVEEEEEEEEEEEEEEEEEER... Vamos logo com essa postagem, certo?







Hum... Ele está demorando hoje. Odeio quando ele faz isso. Ele diz que chega em certo horário, mas sempre atrasa ou aparece cedo demais. O que posso fazer, preciso dele. Ao menos nosso ponto de encontro nunca muda. Ultimamente  ele anda descuidado. Está desarrumado e barulhento. Chega a me irritar as vezes. Queria saber como ele consegue. Como se não desse a mínima para o que sinto. Esperava passeios mais satisfatórios dele. Geralmente me sinto desconfortável. Ainda assim, ele tem seus momentos bons. Opa... Lá vem ele. Será que estou com tudo aqui? É, parece que sim. Olha, ele está bonito hoje. Muito bem alinhado.


Eu aceno e o ônibus pára.




Bem... Ficou um texto curto... Mas está ótimo para a minha estréia. Espero que tenham gostado. Agradeço pelo acolhimento. E como disse ontem para a mamis, estou aberto a críticas. Pronto para o amputamento XD


Pedido de desculpas (Billy!)

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Desculpem me por invadir o espaço de outro colaborador, é que acabei não tendo nada inteligente pra escrever, então, estou aqui mais uma vez para divulgar as tirinhas do Billy, o qual criei tentando passar pra vocês algumas coisas que acontecem ou aconteceram na minha vida, assim como de muitos de vocês, sendo assim, tá aí o Billy.

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