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Por que recomendo Arakawa Under The Bridge

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Dentre os animês exibidos no de 2010, tivemos um que se mostrou um tanto peculiar. Arakawa Under The Bridge (adaptado do mangá de Hikaru Nakamura) foi exibido em Abril e Junho. E sua segunda temporada em Outubro e Dezembro de 2010.   E, se você ainda não assistiu, está aqui um ótimo motivo para isso:
Quando Ichinomiya Kou tem sua vida salva por uma garota que se diz venusiana, ele não poderia imaginar o quanto sua vida mudaria...
O que você pensa sobre o termo “morar em baixo da ponte”? Provavelmente, você tenha pensando em pessoas sem-teto. Mas, os moradores da Ponte de Arakawa não são pobres miseráveis. Então, só nos resta a segunda opção... Eles são loucos?


Acertou quem respondeu “sim”. Embaixo da ponte encontramos figurinhas bem interessantes. O músico com máscara de estrela, a Irmã (que é um antigo soldado de guerra), os irmãos que usam máscaras (tipo aquelas do Magneto) porque pensam que sem isso, irão encontrá-los por causa dos seus poderes psíquicos.
Mas... Voltando a Ichinomiya Kou que é, praticamente, arrastado pra debaixo da ponte. Tudo isso depois de ter sido cercado por um bando de garotos, e ter sua calça pendurada na parte alta da ponte. Enquanto sobe, ele nota uma garota loira pescando. Ela oferece ajuda, ele nega. Como filho de um rico empresário (ele mesmo sendo dono de uma empresa), aprendeu a não dever nada a ninguém. Logo Ichinomya Kou tem sua vida salva por uma garota que, a principio, não aceita nada em troca. Mas, devido a insistência, ela propõe: “Talvez você possa me amar. Seja meu namorado”. Ele aceita...e assim, cada episódio de sua vida é levada ao absurdo de ter que conviver com as figurinhas que já citei.

Apesar de ser um desenho bem diferente (isso pra não dizer, maluco) com clichês e tudo, Arakawa Under The Bridge tem seu valor. Aqui e ali, aparecem mensagens meio que subliminares. Pegou quem quis o recado. O seja você mesmo. Veja as pessoas como são por dentro. O não julgue os outros. “As pessoas do seu planeta só ajudam os outros em troca de algo?” O que é o senso comum? Embora essas coisas sejam pra lá de batidas, tenho uma suspeita. Nenhum dos personagens é louco de fato. O prefeito (Kappa) só dá um nome para quem não tem um lar. Todos os moradores da ponte ou não tem um lugar para ir, ou se cansaram da vida que tinha, ou são apenas excluídos. 
De qualquer forma, vale a pena conferir.


P.S.: Essa semana teve uma reviravolta estranha,e por causa de problemas (de saúde) não peguei uma temática para escrever um texto decente. Logo, estou reprisando o post que escrevi assim que havia terminado de assistir Arakawa Under The Bridge. Sim, eu me sinto trapaceando no esquema. Pensei em guardar um pouco da minha dignidade e não postar nada hoje. Mas,procuro cumprir com a minha palavra...(Está no cronograma? Então, darei um jeito! u.u)
P.S.2: O Walther postou depois do dia combinado (depois da meia-noite não vale,né?). Mas, leiam a postagem  anterior. Eu gosto das tirinhas do Billy.

Técnicas de terror sobrenatural

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O ser humano como instinto de defesa, ativa algo que costumamos chamar de “medo”. O que seria medo na maneira mais simples de explicar ? Medo é algo provocado por algo que é perigoso para a pessoa e temos o medo do sobrenatural. Como a pessoa não sabe o que é aquilo ela sente medo, da mesma maneira que existe o medo do cotidiano, medo de ser assaltado ou atropelado.

Existem vários medos na humanidade uns bobos e outros extremos que levam o ser humano a buscar tratamento psiquiátrico, isso deriva de pessoa para pessoa. Mas, não irei discutir da maneira de um psicólogo e sim de como filmes e a própria realidade pode instigar o nosso medo.

O objetivo desta postagem é para expor minhas opiniões e análises de como a industria do terror, horror e suspense, costumam trabalhar na industria de entretenimento tanto para assustar e dar medo para a pessoa que esta consumindo seu produto, darei dicas de filmes, jogos e ate animes. Vamos ver se dá para termos uma discussão produtiva desse assunto, afinal, quem nunca viu um filme de terror na vida ?

Medo é algo muito variável de pessoa para pessoa vamos começar com a área de filmes, vamos falar do filme “O Exorcista” muitas pessoas consideram esse filme apavorante mas por que grande quantidade de pessoas acham o filme medonho e outras pode achar o filme uma verdadeira besteira e nada assustador ?



No caso do Exorcista, que mexe com o nosso medo do desconhecido, principalmente nas pessoas mais religiosas onde sua religião debate sobre a crença do céu e inferno, de Deus e o diabo. Ora, uma pessoa que tem uma crença em algo e acredita na existência de ser sobrenatural,mesmo nunca tendo-o visto, irá sentir o medo por não saber a “forma” física desse ser. O medo gerado por seres sobrenaturais é muito instigado por não sabermos como ele se apresenta ou como ele irá agir. Então, como não temos uma visualização do acontecimento o nosso corpo entra em modo de defesa provocado pelo medo.

Você tem medo do visível também, lógico, vamos citar exemplos: você sabe  que um carro é perigoso e te causa medo, afinal, é algo que pode te matar, porém,sabe como se prevenir e como o mecanismo funciona,daí o seu medo é minimizado.É a mesma coisa de uma montanha russa ou um avião para as pessoas na sua primeira vez ela pode sentir medo na primeira vez, mas, depois que anda uma vez pode perder o medo daquilo por não saber como funcionava, ou o medo pode diminuir e não ser tão apavorante como era antigamente, ou pior pode continuar com medo daquilo ou o medo desse ficar maior.

No filme O Exorcista vamos citar um exemplo de uma pessoa que não acredita no céu e nem no inferno, ou ele não acredita em nada sobrenatural ou pode ser um ateu. O medo dele neste filme será muito menor do que uma pessoa que acredita fielmente de que o diabo exista, o filme pode dar até um certo medo.Porém, não será tão medonho para alguém que acredita nisso. Então a formula do filme Exorcista é aplicar aquele medo de um diabo encarnado numa criança onde você não tem a menor ideia de como a mesma irá agir. O medo do diabo e do inferno é algo que mexe muito com o ser humano.Não é a toa que filmes que mexem com isso ainda costumam ganhar uma boa popularidade nos cinemas. Afinal, filmes como Atividade Paranormal vão chegando de pouco em pouco e essa variação de filmes desse género só tende a crescer.


Falando sobre jogos de terror onde, em minha opinião ,eles conseguem ser mais assustadores que os filmes pelo fato de você "entrar" na historia, e muitas vezes se identificar com o personagem (e logicamente estar concentrado no jogo). A tendência daquela experiência de te dar medo costuma ser bem maior que de um filme. Vou citar uma comparação entre os jogos Resident Evil e Silent Hill. No caso do Resident Evil temos uma infecção gerada por um vírus onde transformam as pessoas em zombies ou em outros monstros macabros. Resident Evil é um jogo que dá medo por você estar numa cidade tentando sobreviver e não saber o que vai encontrar pela frente.

Porém, o que Silent Hill difere de Resident Evil? A simples diferença é que você não sabe o que esta acontecendo. Você entra numa cidade e não sabe o por que de ter parado ali. E o mistério ocultado para a pessoa lhe dá ansiedade e curiosidade, ela não sabe o que está enfrentando, e por não saber o que esta enfrentando ela se sente inferiorizada em determinadas situações como é no caso de Silent Hill. Outro ponto interessante são os monstros do jogo que diferem de formas humanoides onde temos monstros que na cabeça é substituída por uma pirâmide. E como não poderia deixar de comentar, a trilha sonora é algo de fundamental importância na área do terror e para esse tipo de entretenimento.

O som de algo se aproximando como passos ou gritos é algo que consegue colocar a pessoa num estado de alerta.Mas,vejo certos jogos e filmes apelando para outro sentido, exemplo colocar um som agudo e esse som vai aumentando quando algo vai se aproximando, é uma boa tática para amedrontar o jogador, afinal, ele não sabe o que esta chegando e o som agudo provoca agitação,dependendo de como ele é trabalhado. Como estou falando do “medo” vou aproveitar e falar de uma animação japonesa que consegue deixar a pessoa com medo sem precisar mostrar cabeças voando e uma violência exagerada, o desenho se chama Higurashi.


Vamos começar falando da sinopse. A historia se passa com um garoto que veio da cidade grande e vai para uma vila fictícia chamada Hinamizawa. Ele consegue fazer amizades no colégio com suas colegas de classe. A historia, no inicio, mostra uma vida cotidiana tranquila e sem preocupações. Porém existe um mistério: todo ano uma pessoa morre num evento que acontece na vila, por motivos não explicados e que não foram solucionados pela polícia. Os moradores desta vila dizem que quem mata as pessoas é um deus local. Esse deus mata e atormenta as pessoas que tentam sair da vila ou fazem coisas erradas.

O mistério está lançado, e o protagonista tenta investigar.Porém, gradativamente, ele vai entrando num mistério in-solucionável, e suas amigas começam a agir de maneira estranha com ele. A história cria a sensação de que você é o protagonista. Por exemplo, ela vem falando que o garota veio da cidade grande,contudo, em nenhum momento indica de onde ele veio ou mostra seu passado na cidade. E como a maioria das pessoas moram na cidade, a história faz com que você sinta que entrou entrou na vila. (Ela consegue te amedrontar por que, realmente apela para aquilo que você não sabe explicar o que é). Ficamos no mistério, se realmente aquilo que o personagem está vivendo é uma conspiração, ou realmente tem um deus pagão na vila que está controlando as pessoas.

Numa das partes da historia, há uma cena onde o protagonista mata o tio que violentava a sobrinha. Ele mata essa pessoa com várias pancadas,usando um taco de beisebol.Depois, arrasta o corpo e enterra. Contudo,depois ele volta para o colégio e vê a menina pior que antes. Aí ele pergunta “o que houve?” e ela responde “o meu tio estava com mais raiva do que o normal e bateu em min ontem”. Neste ponto da história, o tio da menina não aparece em momento nenhum,nem mesmo para o protagonista, mas, todos dizem que o viram. A historia acaba sem ao menos provar se o tio estava vivo ou morto.


Higurashi é uma boa obra de suspense e horror que consegue dar medo ao expectador sem precisar mostrar uma dose elevada de violência, e sim, com algo que não tem forma física e nem explicação cientifica para aquilo que esta acontecendo. E com uma boa trilha sonora de mistério e suspense, a obra consegue te colocar na história de uma forma sutil,mas,eficiente.

Concluindo a postagem: eu expressei minha opinião de como vejo as obras de terror e como analisei a técnica usada na aplicação do mesmo. Sempre gostei de filmes de terror com coisas satânicas e sobrenaturais e percebi essas técnicas. Quer saber mais sobre técnicas de terror em filmes ou em qualquer tipo de entretenimento comente nessa postagem e vamos discutir sobre o assunto.

Purgatório - parte 1

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E se a dor não terminasse após a morte?  Num mundo repleto de almas arrependidas, dois exércitos batalham por um lugar no paraíso. Aquele que eliminar o outro completamente será o vencedor. Em meio a sangue e balas perdidas, quem se tornará o grande vencedor dentro desse Purgatório?



Uma chuva densa acoberta os arredores. Os guardas, evitando pensar na umidade de seus uniformes, patrulham em torno da base. Uma série de espirros quebram a rotina silenciosa da vigília. Um dos seguranças, preso no repentino resfriado, procura concentrar-se na tarefa costumeira. Assoando o nariz, um movimento inesperado o surpreende. Uma figura feminina, em um uniforme camuflado, emerge da escuridão. O guarda tenta reagir, mas logo é golpeado pela mulher e desmaia. Ela arrasta o adormecido para um arbusto próximo e se esconde. Agachada, encosta o dedo no ouvido levemente.

 - Senhor, pode me ouvir? – pergunta ela.
- Alto e claro, Zero. - responde uma voz.
- Eu invadi com sucesso a base.
- Perfeito.
- Tive que eliminar um dos vigias no processo. O coitado se distraiu demais reparando no meu... gênero. Ser uma soldado mulher tem suas vantagens.
- A culpa não é dele se possui um corpo tão...
- Pode parar por aí coronel. Não me venha com uma dessas... Não durante a missão. Suas piadas devem ter limites, poxa.
- Ah... Eu estava apenas descontraindo. Tentarei maneirar hoje.
- É... Sei.
- Enfim, recapitulando, você tem dois objetivos: Primeiro, descobrir qual a relação entre o time azul e os Anjos. Segundo, resgatar nosso engenheiro, Erik Kusunoff.
- Entendido, Igor.
- Ei... Me chame de “coronel” durante esta operação.
-Hunf... Você pode fazer piadinhas taradas sobre meu corpo, mas eu não posso te chamar pelo primeiro nome. Engraçado isso...
- Ai... Apenas entre logo de uma vez!
- Certo! Não precisa desse alvoroço todo.
- E lembre-se Zero, não deixe ninguém te ver em hipótese alguma. A presença de um membro do time vermelho é estritamente proibida em áreas dominadas pelos Anjos.
- Imagino que seja esse o motivo por eu não vestir minhas cores usuais...
- Precisamente... Ah... Quase me esqueço. Há uma pessoa que gostaria de te apresentar. Ela que nos passou as informações necessárias para esta operação.
- Você quer dizer, aquela cientista?
- Sim. Eu mesma. -  alguém diz, interrompendo.
- Ah... Prazer. Zero. E presumo que seja a Saku.. Sa...
- É Sakuya! Sakuya Kinogawa.
- Japonesa?
- Eu vivia no Japão quando era viva. Depois que morri, e apareci tão de repente nesse mundo, fiquei muito perdida. Ainda bem que aqui, indiferente das línguas, todos se entendem como se falassem uma só. Gostaria de entender esse processo, sendo a cientista que eu sou. Soube que o coronel é Russo, certo?
- Exatamente, senhorita Kinogawa. – responde ele.
- E você, Zero?
A soldada não respondeu.
- O que foi? Tem vergonha de dizer, ou algo parecido?
- Desculpe Sakuya... Deixe esse assunto...
- Não coronel. – fala Zero – Eu explico. Não tem problema. Sakuya, imagino que entenda o funcionamento da entrada no Purgatório.
- Claro que sim. A pessoa morre, e imediatamente quando chega é examinada severamente. Sua vida passada é analisada, e baseado nela, ela recebe uma codificação numérica específica para identifica-la nesta dimensão.
- Precisamente. Os números são todos baseados na história de vida daquela pessoa em específico.
- Sim... E daí?
- Eu não tenho codificação...
A doutora calou-se por um instante.
- Como assim não tem codificação? Isso é impossível.
- Eu sei... Mesmo assim... Eu não lembro de nada do meu passado. Eu não sabia nem distinguir as coisas direito. Não conseguia falar com ninguém. Estava muito assustada. Não conseguia dizer nem mesmo quem eu era. E durante os exames, por mais que o sistema analisa-se meu passado, não foram capazes de encontrar nada. Não existia passado em minha alma. O resultado da minha codificação constituía-se apenas de zeros. Eu sou a única pessoa zerada nesse mundo, podemos dizer.
- Nossa... Agora entendo por que te chamam de Zero. E... Você sente falta... Quer dizer... De um passado...
- No começo eu me senti triste por não ter nada para compartilhar com meus colegas. Todos tinham nomes e experiências para contar. Já eu, era apenas um zero a esquerda... literalmente. Depois de um tempo, não me importou tanto. Aprendi tudo o que precisava sobre a Terra com meus amigos. Principalmente com o coronel. Ele me ensinou muitas coisas. E também... Não... Esqueça. Aliás... Como você foi parar aí?
- Eu? Bem... Eu originalmente seria do time vermelho... Então, ele apareceu.
- “Ele”?
- Miguel...
- O líder dos Anjos?
- Sim. Eu não sei... Ele precisava de mim... Para construir... Aquilo...
- Aquilo?
- Uma arma. Quando comecei, apenas cuidava dos supercomputadores, e outros equipamentos mais inofensivos. Logo depois, me chamaram para participar desse projeto. Um canhão... Entretanto, a minha cabeça não foi o suficiente na construção.
- Então sequestraram nosso melhor engenheiro. – conclui Igor.
- Que tipo de canhão é esse?
- Ele lança projeteis a longuíssimas distâncias. Entrando no edifício você entenderá. Estou no laboratório do segundo andar.
- Entendido.
- Tome cuidado, Zero. Todo suporte que podemos te dar é pelo comunicador. O resto é com você. Terá de se virar com o que encontrar dentro da base. – aconselha o coronel.
- Pode deixar. Eu sempre me virei melhor sozinha...
- Boa sorte, Zero. – deseja Sakuya.
- Iniciando missão.

E mais bobagens...

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Realmente ainda não consigo me acostumar com a ideia ficar ouvindo besteiras de algumas pessoas, isso contando com o fato de eu ser um tanto neurastênico, mas deixa quieto. 

O fato é que acabo perdendo a calma quando as pessoas reclamam dos meus horários, coisa que não muda em nada na vida delas eu estar acordado ou dormindo, sendo que a maior parte do que eu produzo é fruto de noites insones e aqui vai algo que produzi essa semana.

Daytripper: Sobre a efemeridade e outras coisas...

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Chegou ontem o meu encadernado de Daytripper, e foi a coisa mais linda que já li numa noite. A sensação que tive, ao devorar as páginas da obra de Fábio Moon e Gabriel Bá, era a de que estava lendo um romance. A verossimilhança foi algo que me chamou atenção do início ao fim.  É a vida metaforizada.

Em nove capítulos somos apresentados a Brás de Oliva Domingos. Filho de um famoso escritor, aprendeu a fumar com a mãe, e ganhou o gosto por café e a escrita com o pai. Ele escreve obituários para um jornal. Nada de surpreendente, nenhum herói, monstro ou acontecimento fantástico. Apenas a vida de um homem passada em relances, e com alguns desfechos do que "poderia ter acontecido..."

Apesar do meu receio em entregar spoilers ao falar de Daytripper, é preciso dar algumas pistas para o leitor de quadrinhos que queira conferir. Brás Domingos tem inesperados encontros com a morte. Se isso surpreende no primeiro capítulo, espere os seguintes... O senso comum dirá: "É sobre a vida e a morte, no final das contas".Aí está a formula: pegue um tema simples e transforme em algo que fará as pessoas refletirem. Há passagens que ecoam dentro de quem lê,mesmo depois de fechar o encadernado. O que ressoou, para mim, foi "aproveite a sua vida".  Foi  o carpe diem mesclado à 237 páginas de história? Fico a imaginar...

E, em meio aos problemas mundanos (nossos e do mundo), Daytripper se finca naquela noção modesta da união familiar, da amizade e do amor. 

Com o pé calcado na realidade, o mais difícil não seria criar algo que PARECESSE real. Não, o difícil foi criar algo que você SENTISSE ser real.  (Fábio Moon, Daytripper,p.256).

A Visitante - Parte 1

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Na verdade,esse seria um conto de uma parte só, mas como acabou ficando grande demais, minha mentora exigiu que eu o fizesse em duas partes, senão pegaria justa causa. xD .Brincadeiras a partes, esse conto é fruto de uma história que contei a minha esposa faz uns três anos atrás. Com algumas modificações, claro. Oficialmente, esse é meu primeiro post aqui, mas já houve outro chamado O executivo (não o coletivo). Espero que gostem e boa leitura.


Era 21:o3 de uma sexta-feira. Choveu por um curto período. Contudo, fora tempo suficiente para que um raio acertasse um poste. Faltou energia elétrica naquela noite. E os irmãos, Denis e Rafael, iluminados pela luz de uma vela no centro da mesa, conversavam. Dentre tantos assuntos, Denis mudou para a fofoca da semana:
- Muito triste o que aconteceu com os vizinhos né?
- Pois é, quem imaginaria que a Dona Marta faria uma coisa assim. Também pudera, pegar o marido na cama com outra. Deve ter sido uma barra - complementou Rafael.
- Será verdade o que o pessoal tem comentado desde que eles se mudaram há um mês e meio?
- Cara, isso é mentira, não acredito nessas coisas, não.
- Mas, até os pais do Geferson viram, e disseram que um vulto estava a redor da casa.
- Só acredito vendo, estão querendo transformar isso em mais uma lenda urbana. Daqui a um tempo ninguém mais vai lembrar disso.
- Sei não cara, ainda disseram que ela usava a mesma roupa de quando foi sepultada. Aquele vestido preto.
- Isso é conversa pra boi dormir, vai ver é só alguém querendo pregar uma peça.
- Será?
Ficaram em silêncio por um instante, até ouvirem:
- Vocês não deviam estar falando sobre isso.
Denis emendou:
- Mãe, é feio ficar escutando a conversa dos outros. E não estamos fazendo nada demais.
- Eu proíbo de conversarem sobre isso! A voz agora estava mais aguda, parecia estar bem irritada.
- Tá bom, mãe, vamos falar de outra coisa, tá legal? - disse Denis.
O silêncio voltou, ficaram assustados com a irritação da mãe, parecia que aquilo a incomodava mesmo.
- Denis, eu tô com sede, pega uma água pra mim? Por favor?
- Ahh, preguiçoso, só vou porque me deu sede também.
Denis se levantou e foi até a cozinha, nem precisou da vela. Apesar do escuro, guiou-se tocando nos móveis que encontrava no caminho. Nem passou um minuto e ele voltou, demonstrando-se assustado.
- Rafael, quando a mamãe falou com a gente, a voz dela veio da cozinha, né?
- Sim, porque cara?
- Estranho, mas ela não tá lá. Se tivesse saído, teríamos escutado.
O ar da sala pareceu pesar, ambos sentiram um arrepio subindo a espinha.
- Vai ver ela tava no quarto. Ou estávamos distraídos quando ela voltou pra lá. Né?
A porta da sala se abriu, era Dona Gisela, mãe de Denis e Rafael.
- É meninos, acho que não vai demorar muito até a luz voltar. O pessoal da empresa de energia chegou tem um tempo, e já estão trocando o transformador que queimou, não deve demorar muito para a energia voltar.
Rafael pareceu ter visto uma assombração, ficou pasmo com aquilo.

- Mãe, como passou pela sala sem que percebêssemos? - perguntou.
- Ué, passei tem quase uma hora, disse que ia ficar na frente de casa. Não lembram?
Denis e Rafael se olharam e engoliram em seco. Preferiram nem pensar quem estava conversando com eles há menos de cinco minutos atrás. A luz ,finalmente, voltou e eles continuaram calados.

Imagem: Josh and the candle 01 by ~JNix1981

No mais tardar às 10:30

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Eu sei... Estou meio ausente do blog, mas hoje eu não vou deixar de postar. Toda essa história de fim de semestre e professores que acumulam tudo para o fim do ano é bem comum em muitos lugares, por aqui não é diferente, então por isso  minha falta de tempo.

Mas não é disso que eu vim falar, na verdade eu havia dito que postaria um texto meu aqui, então, hoje vim trazê-lo. Bem, não é porque eu sou acadêmico de letras que eu sei escrever bem, muito menos que eu tenho boas histórias, mas quando se faz esse curso, acredito que a Suzi entenderá, é quase como um "mal do curso", nos sentimos na obrigação de escrever algo, mesmo que para nós mesmo. Essa texto é apenas um reflexo do dia a dia de muitas pessoas. Alguns preferem pirar, encontrar coisas que não existem, fazendo análises profundas, quando o autor já disse tudo o que queria dizer. Espero que goste.


No mais tardar às 10:30

Na noite que estava frio, pessoas caminhavam alegres nas ruas  iluminadas  pelas  telas  espalhadas  pelo  centro  da cidade,  onde  havia  muito  barulho,  apesar  do  interior  de cada  um  permanecer  em  silêncio.  Nessa noite,  um  pouco mais na borda do centro dessa mesma cidade barulhenta, já passado das nove da noite, o homem, faminto e sem muito o que  ter  para  pensar,  além  de  suas  próprias responsabilidades  para  o  outro  dia,  põe  a  chave  na fechadura  de  uma  porta  num  corredor,  no  terceiro  andar de  um  prédio  não  muito  novo.  Gira  a  chave  e  um  "click" pôde ser ouvido, não havia corredor mais silencioso como aquele,  mesmo  com  tanto  barulho  do  lado  de  fora.  A maçaneta em formato de bola gira e a porta é aberta com um  leve  empurrão.  Enquanto  isso,  foi  preciso  se  abaixar um pouco para desamarrar os tênis que estavam um pouco sujos  de  tanto  andar  durante  o  período  de  sol.  Assim,  de meias e com um leve cansaço, a porta do corredor se fecha, ouve-se mais um "click".

Já passou das nove e meia, ainda pode-se ouvir nada, tanto dentro, como fora do apartamento, nem mesmo um "boa noite" foi  preciso  dizer,  já  que  ninguém  o  esperava.  Olha,  uma luz,  parece  que  ele  resolveu  ligar  a  TV.  Espere,  não  há ninguém em frente à TV. Isso porque o homem decidiu que tomaria  um  banho.  Guarda-roupas,  pijama,  toalha, sabonete, shampoo,  toalha,  pijama,  chinelos.  Foi  o  que  se repete por anos.

Já na cozinha, disposto a dormir bem, o leite se esquenta no fogão, o achocolatado já está no copo, com uma colher, é claro.  Quando  o  pó  recebe  o  líquido  quente, instantaneamente se dissolve e a colher ajuda a misturar bem. Na casa, com cores quentes e lâmpadas incandescentes que  se  esforçam  para  que  se  possa  ver  o  caminho  até  o sofá,  onde  a  programação  já  está  no  fim,  o  que  resta então?  Ver  uns  emails,  e  arrumar-se  para...  Ah,  mas  ainda não acabara aquele livro que emprestou há três dias na biblioteca.  O  frio,  o  leite  com  achocolatado  esfriando,  o abajur  ligado  e  o  livro  aberto  convidam  o  sono  para deitar-se  sobre  o  homem  com  seu  manto  escuro.  Três páginas mais tarde, um marca páginas é colocado no livro que volta para a mesa, luzes apagadas e barulho lá fora. Só agora conseguiu ouvir? Que desatenção. Então, hora de dormir, amanhã, este momento se repetirá, e será o melhor momento do dia. 

Ateus e a Intolerância Religiosa

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Mais uma postagem de terça-feira. As minhas postagens costumam ser mais sobre opiniões e a respeito do que leio.Hoje, gostaria de comentar sobre determinado assunto com o leitor. O que vou falar pode ser, de certa forma,polêmico.Afinal, discutir sobre religião e o ateísmo é visto com certo receio em nossa sociedade.

Começando com as explicações básicas: "o que é um ateu ?" Ateu é uma pessoa que não crê na existência de Deus,nem no diabo, e muito menos na teoria do céu e inferno. Muitas pessoas associam ateu a uma pessoa que está do lado do diabo.Porém, essa ideia é equivocada,e muito veem o ateu como uma pessoa ruim só pelo fato dele não acreditar em Deus. Ou seja, o ateu é o indivíduo que nega a existência de Deus, seja ele um ou vários, cosmocentrista ou teocentrista. O ateu, ao chegar no dilema do agnosticismo, escolhe não acreditar por uma questão de lógica intuitiva.

Na semana passada, li um artigo na Exame,onde uma jornalista que sofreu preconceito por te se declarado ateia,e isso meio que repercutiu. Eu li comentários aleatórios no twitter. Teve gente que disse que ateu gosta de se fazer de coitadinho,e outros dizendo que religião é a pior droga da humanidade (e por ai vai...).


Acho que o grande problema de nossa sociedade é que ela não sabe aceitar a opinião e o gosto alheio.É só o ateu que sofre preconceito? Errado. Pessoas religiosas tendem a ter preconceito com pessoas de outras religiões que, na minha opinião, chega a ser algo de uma ignorância sem tamanho. Todos querem ser respeitados de acordo com suas crenças e opiniões. Contudo,as mesmas (religiões) não querem respeitar as outras pelo que elas acreditam ser o certo. Não precisa ser uma pessoa com muito contato religioso para saber sobre guerrinhas entre pessoas evangélicas, católicas, espiritas e etc.

A discussão é algo normal. Porém,não deveria ser. O ser humano não consegue aceitar a diferença religiosa (ou do "não ter fé") e fica julgando como se fosse dono da verdade absoluta. Não importa a sua crença religiosa,nem se você não tem essa crença em Deus. Você deve respeitar a opinião e escolha dos outros.Afinal, desde que não esteja fazendo mal a ninguém não haverá do que reclamar.


No lado da Ciência, algo é provado desde que passe, experimentalmente pelo que chamamos de método científico. Para um experimento ser aceito como uma prova, ele precisa ser aprovado pela comunidade científica do campo em questão. Dadas as condições, qualquer instância do mesmo precisa produzir exatamente os mesmos resultados. É impossível provar que Deus existe.Mas, a religião explica fenômenos que a ciência não explica ao todo. Nesse caso, é seguro dizer que, um homem que vê espíritos está se valendo de um "sentido" tão real quanto o tato ou a visão. Isso não tornaria a religião menos científica.

Você não tem privilégios se for um religioso ou ateu, uma escolha de crença não é algo que irá determinar seu grau de esclarecimento, ou seu grau de moralidade diante da sociedade. Ateus também são preconceituosos da mesma maneira que muitos religiosos são fanáticos e intolerantes diante do próximo por pensar de maneira diferente dele. Esse problema poderia ser resolvido de maneira simples. Respeite o próximo da mesma maneira que você quer ser respeitado.

Purgatório - parte 2

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Zero se infiltra na base dominada pelos Anjos. Com a missão de descobrir os planos do time azul e resgatar o engenheiro Erik, ela segue seu caminho. Acaba descobrindo a construção de uma nova arma, sentindo uma certa conspiração entre os azuis e os Anjos.


Zero entra cuidadosamente no corredor, tentando não fazer muito barulho. Por mais que fosse altamente treinada para enfrentar qualquer um dos guardas, ela tinha apenas uma faca em mãos. Um canivete num tiroteio. Consegue evitar os seguranças e câmeras. Tenta encontrar algum equipamento em salas próximas, sem sorte. Resolve ir direto ao segundo andar falar com a Doutora. Chegando ao andar desejado, surpreende-se com marcas de sangue espalhadas pelo corredor. Corpos aparecem em seu caminho. Os vestígios seguem até a porta do laboratório. A soldada começa a se preocupar com a saúde da Cientista. Entrando, depara-se com uma criatura escarlate segurando a mulher pelo pescoço, enforcando-a.
- Solte ela agora! – Zero logo reage.
A criatura vira sua cabeça chifruda para a soldada e solta a mulher, que se esconde em desespero. O ser, parecido com um homem, fita-a por um momento.
- Você não devia estar aqui. – diz ele.
- Quem decide isso sou eu. Você é do time vermelho por acaso?
- Não sou de time nenhum. Não possuo lados. Eu trabalho sozinho, e tenho os meus próprios motivos para estar aqui.
Zero saca a sua faca e a aponta a criatura.
- Não me interessa o que faz aqui, apenas fique longe da doutora, ou se não...
- Se não o que?
- Eu te mato!
- Mataria depois de tudo o que passamos, Eva?
Zero abaixa a faca.
- Espera... Do que me chamou?
O ser move-se lentamente e saca uma pistola.
- O que pretende fazer? Atirar em mim?
- Não. Estou dando ela para você.
- Uma 9 milímetros, para mim?
- Uma faca não será suficiente por aqui. Principalmente se pretende enfrentar aqueles anjos malditos.
- Na verdade eu não pretendo...
- Não importa. Apenas fique longe do meu caminho, enquanto elimino todos aqueles seres alados... Bando de traidores... – o ser dirige-se a porta.
- Espera, quem é você?
- Pode me chamar de Lúcifer.
O demônio fecha a porta e desaparece. Zero olha debaixo da mesa e encontra a Doutora tremendo e em pânico. A soldada a segura e tenta acalmá-la.
- Os olhos dele... E ele era tão gelado... – os lábios da cientista tremiam.
Sakuya respira fundo e retorna a si.
- Desculpe Zero. E obrigada por me salvar.
- Por nada... E afinal, por que aquele louco estava tentando te matar?
- Eu não sei. Ele ficava repetindo que ia matar todos aqui por trabalhar com aqueles bastardos.
- Você quer dizer, os Anjos?
- Provavelmente. Hum... Agora que paro para pensar, ele não parecia um demônio.
- Como não, você viu os chifres dele?
- Sim mas... Ele era muito gelado. Mas não por causa de sua pele. Ele parecia estar vestindo uma armadura.
- Armadura?
- Sim. Dava para sentir que era metal. E o rosto dele parecia uma máscara. Os chifres nem pareciam de verdade também. Sim parte de todo o capacete.
- Você está me dizendo que aquele retardado não passa de um humano?
- Talvez. Eu não sei. Ele tinha uma força incrível. Cortava os guardas em pedaços sem dificuldade com aquela lança.
- Lança?
- Não reparou no pequeno bastão na cintura dele? Ele cresce e aparece uma lâmina. Pensei que realmente seria morta...
- Agora que tocou no assunto, lembro de ter reparado sim...
- Nunca pensei que veria um demônio de perto. Ainda mais o Lúcifer, se é que aquilo era um demônio. Aquela armadura... Ela é do mesmo tipo que os Anjos usam.
- Os anjos usam armadura também?
- Sim. Até as asas deles são de metal.
- Como assim? Quer dizer... Se eles são anjos, já não era para eles terem asas?
- Bom... Espera-se que sim. Eles parecem bem humanos para falar a verdade.
- Humanos? O que você está dizendo Sakuya?
- Nada. Vamos ao que interessa. A pouco tempo lhe contei sobre uma arma que estavam construindo.
- Sim, eu lembro bem.
- Bom. Como eu disse, é um canhão que pode lançar projéteis a longas distâncias, acertando qualquer alvo que desejar. Os projéteis que utilizam nesse canhão carrega uma carga de energia enorme dentro de si, feita do mesmo elemento utilizado para dar energia as armaduras dos anjos.
- E por que ele precisariam de um negócio desses?
- Não precisam. É aí que entra o time azul. Há algum tempo, os Anjos tem fornecido armas aos azuis antes das batalhas.
- Tá mas... Não tem nada de incomum nisso. Quando ficamos sem munição ou suprimentos os Anjos sempre mandam alguma coisa.
- Claro. Porém, nesse caso, eles não mandam o equipamento usual. Estão fornecendo armamento feito da tecnologia avançada dos Anjos.
- Então por que eu não vi esse equipamento até hoje? Seria bem mais útil se eles utilizassem em nós e vencessem essa guerra insana de uma vez, não acha?
- Seria. Provavelmente eles ainda não usaram por que pretendem guardar o suficiente para um ataque em massa. Eles querem mostrar essas armas numa só batalha e eliminar todos de uma vez. Assim não da tempo de vocês estudarem eles, e desenvolverem uma defesa.
- E o que o canhão tem a ver com tudo isso?
- Ele é o trunfo dos azuis. Caso não consigam eliminar todos os inimigos e os vermelhos fugirem, eles atiram e a explosão destrói tudo o que estiver por perto. Não haverá base para se esconderem, e eventualmente serão mortos.
- Mas isso... Isso é injusto! Se aqueles anjos estúpidos são tão poderosos, por que eles não escolhem quem vai e quem fica e acabam logo com esse sofrimento?
- Talvez por que eles não sejam tão angelicais...
- O que você está escondendo de mim?
- Mais tarde eu te conto. Agora você precisa ir até o canhão e desativá-lo. Essa é a primeira opção. Você tem até as 23:30 para desativá-lo. Passado esse horário, iniciaram o ataque com o novo armamento e ativaram o canhão. Uma vez ativado, o canhão não poderá ser desligado. Nem mesmo se eu utilizar a minha senha ele irá parar. Aquela arma só pode ser desligada enquanto estiver em stand-by. Se derem o comando de mirar, o canhão encontra as coordenadas do alvo e aguarda o sinal de atirar. Nesse estado ele é incontrolável. Ou ele atira ou ele atira. Se você não conseguir desativá-lo antes disso, sua única opção será destruí-lo por completo.
- Entendido. E onde encontro o Erik?
- Ele está no subsolo, em uma cela próxima ao esgoto. É bem fedido lá em baixo, então não tem tantos guardas.
- Uma notícia boa.
- Aqui. – Sakuya entrega um cartão à soldada – Isto contém a senha de desativação. Basta inserir no computador que ele faz o resto.
- Certo. Se precisar de ajuda te contato.
Zero saiu do laboratório, dirigindo-se ao subsolo pelo elevador. Ainda se perguntava por que ele a chamou de Eva. Nunca o havia visto antes. Ou viu e não se recordava? Lembrava apenas de uma pessoa que a chamava daquele jeito...

O culpado

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Destino cruzara a sala, furioso. "Como podem me culpar de tudo? Não fiz nada...Humanos são tão mesquinhos! Sempre empurrando a culpa para os outros. Raramente pedem desculpas e não assumem seus erros! Como gostaria de dar uma lição neles! Ah, aí, sim veriam que com o Destino não podem mexer!". "Acalme-se, irmão. Preocupações são coisas para humanos. Deixemos isso de lado". "Não, Fortuna, eu não posso simplesmente deixar passar! Não dessa vez!". "Está com a cabeça quente, não agirás racionalmente. Conheço-te bem, vais se arrepender depois....". Destino senta-se em um sofá (objetos humanos sempre lhe causaram curiosidade, por isso os possuía). Esgotado, passara o dia ouvindo reclamações. Mas,o que poderia fazer se a culpa de tudo caíra sob suas costas? Acaso não eram os próprios humanos que com seu descuido causavam acidentes? Que tinha a ver com isso? "Que inveja tenho de você, irmã. Só recebe agradecimentos. Não tem chateações". "Cada um com a vida que lhe coube...". "Isso não é verdade. Algumas pessoas não podem sequer escolher". "Irmão, agora que está mais relaxado, podemos conversar mais seriamente?". "Estou só no meu expediente....". "Enquanto estava andando pela sala, estive analisando sua situação". "Ótimo", disse apoiando o queixo sobre as costa da mão, "Conte-me a que conclusão chegaste". "Já percebeu como as pessoas agem sem se dar conta das conseqüências de seus atos?". "Noto isso o tempo todo". "Se algo não sai como elas esperavam põem a culpa no Destino. Sabe me dizer o por quê?". "Por que são admitem seus erros". "Porque pôr a culpa em alguma entidade tira-lhes a responsabilidade por seus atos. Elas precisam se sentir menos culpadas.Por isso,tente não ser tão maldoso com os humanos. Eles são dignos de nossa compaixão" ."Mas, ainda assim é errado...",diz o Destino olhando para o horizonte pela janela.

A Visitante - 2ª e última parte

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Dona Giselda rompeu o silêncio.
- O que houve meninos? Parecem assustados.
- Não é nada, mãe. Não é nada. – Respondeu Rafael.
- Suponho que estejam com fome. O pai de vocês ligou dizendo que teve uma reunião de última hora, e que essa chuva o atrasou. Logo ele deve estar por aqui, vou preparar algo pra vocês ok?
- Não, mãe, estou sem fome. Vou dormir, tá bom? - disse Rafael.
- Eu também, não se preocupe conosco, prepare algo só pro papai - continuou Denis.
- Tá bom, depois não quero reclamação, hein - falou dona Giselda indo até a cozinha.
Ambos foram para seus quartos, se arrumaram e deitaram na cama. Queriam esquecer o episódio daquela noite. Não demorou muito até que os dois caíssem no sono.
No dia seguinte, perceberam a casa agitada. Havia ali, alguns vizinhos no que parecia ser a nova fofoca da semana.
- Ei, finalmente, acordaram,seus dorminhocos. Adivinha o que aconteceu? - era o Geferson. Ele parecia agitado.
- Algum vizinho ganhou na mega? - brincou Denis.
- Nada, algo estranho aconteceu ontem. A amante do Seu Almir faleceu cara, a Dona Geisy foi encontrada morta.
- Como é? Assustou-se Denis.
- O mais estranho é isso. Geferson pegou o celular do bolso. Consegui tirar uma foto do corpo dela antes que o IML chegasse, curiosamente ela estava vestida assim, e segurando esse papel com essa mensagem.
Rafael e Denis ficaram sem ar, os olhos quase saíram das orbitas tamanho era o susto.
O corpo de Geisy estava com o mesmo vestido que dona Marta usou ao ser sepultada. O mesmo vestido preto, só que sujo de terra, como se ele tivesse sido desenterrado para que fosse colocado no cadáver. O rosto de dona Geisy demonstrava um choque, sua boca estava totalmente aberta, os olhos fundos. A mensagem que estava consigo era simples, provavelmente só Denis e Rafael entenderam.
“Eu proibi, não proibi?”
Nada mais que isso.
Causa da morte? Parada cardíaca. Foi o que disseram. Apesar do curioso vestido, essa foi a causa. Há quem diga que seu Almir a matou para se redimir pelo suicídio da esposa, mas, não haviam marcas de luta, qualquer hematoma ou ferimento.
A morte misteriosa de Dona Geisy ficaria marcada nas mentes de Rafael e Denis, assim como a dúvida. Quem teria conversado com eles na noite anterior?

Percy Jackson os deuses gregos na era atual

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"Um meio-sangue, dos deuses antigos filho,
Chegará aos dezesseis apesar de empecilhos
Num sono sem fim o mundo estará
E a alma do herói, a lâmina maldita ceifará
Uma escolha seus dias vai encerrar
O Olimpo preservar ou arrasar."


Um dos livros que li com grande prazer foi a saga dos cinco livros de Percy Jackson.É um livro que fala dos deuses gregos na era atual, ou seja, em pleno seculo XXI. Um aviso: o que estou falando aqui é do livro, em nenhum momento desta postagem o filme feito do livro vai ser citado.

O protagonista da série, que tem o mesmo nome do livro se chama Percy Jackson,é um garoto de doze anos diagnosticado com dislexia e transtorno do déficit de atenção, que é constantemente expulso das escolas que frequenta. Num evento no qual esteve num museu, um monstro o ataca, ele o mata, e a criatura desaparece na sua frente. Em seguida, ele descobre que é um meio-sangue de um deus grego chamado Poseidon.Depois desta revelação, ele será constantemente caçado, e terá de sobreviver porque é proibido, por lei, que os deuses mais fortes (Zeus, Poseidon e Hades) tenham filhos. E com isso, tanto monstros quanto deuses estarão atrás dele.


“Você deve ir para o oeste e enfrentar o deus que se tornou desleal
Você deve encontrar o que foi roubado e devolver em segurança
Você será traído por aquele que o chama de amigo
E no fim não conseguirá salvar aquilo que mais importa.”



Quando me indicaram para ler,pensei que seria mais um daqueles livros com o velho cliché de Harry Potter, onde um garoto de uma hora para outra adquire poderes,tem sua vida mudada,e começa a lutar. Porém, o livro de Percy Jackson mostrou algo que me agradou profundamente, a historia não é só sobre ele. Nos livros de Harry Potter uma das coisas que não gosto é que tudo que acontece tem que ser com o protagonista.O que deixa a historia, em muito momentos, chata e em muitos arcos com final de que é bom demais para ser verdade.


No caso do Percy Jackson, ele começa fraco.Afinal,é um garoto normal, de 12 anos de idade que não sabia nada sobre esse mundo que permaneceu um mistério para ele. Em momentos da historia a leitura consegue passar aquilo que eu gosto em livros de aventura, a “tensão” do combate. Nas lutas, o autor consegue passar muito bem o ambiente em que o personagem está inserido.Faz com que o leitor consiga visualizar o combate. A leitura faz você sentir da inferioridade ou da superioridade do protagonista diante de uma luta contra um monstro.De certa forma, os livros de Percy Jackson tem um clima bem frenético, e não deixa o leitor com sonolência, ou seja, é um livro de ação.



“Navegarás com guerreiros de osso em navio de ferro
O que procuras há de encontrar, e teu o tornarás
Mas sem esperança dirás, minha vida em pedra enterro
Sem amigos falharás, e voando só, retornarás.”



No primeiro livro somos apresentados aos futuros amigos de Percy,Annabeth Chase que é filha de Atena, Luke, filho de Hermes, e Grover Underwood que é um sátiro. Cada um desses personagens tem personalidades e objetivos diferentes. Uma das coisas que o escritor conseguiu passar bem, foi a relação de amizade entre os personagens. Eles não tinham muita confiança uns nos outros,mas, ao passar do tempo começa a nascer uma amizade ao ponto de eles sacrificarem a vida um pelo outro.

A leitura,para mim, foi satisfatória e divertida. Não esperava que uma obra que nunca ouvi falar fosse me agradar tanto. No final de cada livro, a historia termina de um jeito que faz você querer ir ler o próximo da série. Partindo para o segundo livro deu para reparar o avanço da historia. Ela consegue manter o nível de mistério e ação do livro anterior de maneira eficiente. Os mistérios reservados para essa nova saga faz você sentir como se a obra fosse algo novo. No terceiro livro, que eu considero o melhor, ele vai apresentando novos personagens e revelando mistérios sobre os livros passados.

A luta do terceiro livro foram boas, e o clima ficou bem mais frenético do que nos livros anteriores, onde dá para perceber uma certa velocidade do autor sobre o novo arco da serie. Porém, mesmo com a velocidade que a historia vai passando você consegue compreender o desenrolar, e fica esclarecedor sem te deixar voando na historia. Neste novo livro é apresentado o verdadeiro inimigo na serie, os titans, os que querem se vingar dos deuses.



“A oeste, cinco buscarão a deusa acorrentada
Um se perderá na terra ressecada
A desgraça do Olimpo aponta a trilha
Campistas e Caçadoras, cada um brilha
A maldição do titã um deve sustentar
E pela mão do pai, um irá expirar.”



Porém, mesmo com os 3 livros mantendo a qualidade que a serie merece, a partir do quarto dá para perceber uma decaída .Em muitos momentos do quarto livro,considerei algo chato de ler e no quinto houveram bons combates..Mas, ficou monótono,e o combate final poderia ter sido melhor executado. Mesmo com isso, a série Percy Jackson é uma boa história. Vale a pena ser lida. A história é de aventura infanto-juvenil.Porém,tem bons momentos de reflexão,mostrando que os deuses são tão tiranos quanto os seus inimigos. O herói fica, muitas vezes, em duvida por causa desta dualidade dos deuses. Em comparação com algumas historias sobre deuses gregos,os de Percy Jackson mostram o lado humano de uma maneira mais realista.


Os deuses da série, em certos momentos, fazem coisas boas e covardes. Chegam ao ponto de matar pessoas inocentes para manterem o status e nível de poder. Gostei da maneira que mostraram os deuses como criaturas poderosas.Porém, falhos, cometendo erros como qualquer ser humano.



“No labirinto sem fim você deve entrar na escuridão
O morto, o traidor e o desaparecido se erguerão
Pela mão do rei fantasma se erguera ou cairá
O último ato da criança de Atena acontecerá
Com o último suspiro de herói será destruído
Pior que a morte um amor será para sempre lembrado.”



Rick Riordan foi quem começou a escrever o livro para seu filho que foi diagnosticado com TDAH e dislexia. Seu filho estava estudando mitologia grega, e pediu para que seu pai escrevesse histórias de ninar baseada em mitos gregos. Riordan tinha sido um professor de mitologia grega no ensino médio, há muitos anos, e foi capaz de lembrar de histórias o suficiente para agradar o filho.

Riordan logo começou a escrever mitos sobre seu filho, que em seguida,lhe pediu para que fizesse novos contos. Mas,dessa vez, usando os mesmos personagens dos mitos gregos e adicionando novos. Assim, Riordan criou o personagem fictício Percy Jackson, e fez a história de como ele iria viajar através dos Estados Unidos para recuperar o raio de Zeus. Depois que terminou de contar a história para seu filho, ele então pediu para seu pai escrever um livro baseado em aventuras de Percy.



“Sete meio-sangues deverão atender o chamado
Pela tempestade ou fogo, o mundo deverá cair.
Um juramento deve manter um último suspiro,
E inimigos carregarão suas armas para os Portões da Morte.”



Conclusão: a série Percy Jackson é um bom livro de aventura, para quem gosta de fantasia com um bom nível de mistério,recomendo,dá para divertir bastante. Tem momentos ruins, como qualquer obra.Afinal, não existe livro perfeito. Se gostar do primeiro livro, continue lendo que vai continuar te agradando. Caso não goste,pare a leitura.


Purgatório - parte 3

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Durante a infiltração, Zero depara-se com o demônio Lucifer, que tentava matar Sakuya dentro do laboratório. O ser a reconhece e lhe dá uma pistola, deixando o local. Eva? De onde ele o conhecia? A Doutora conta tudo sobre os planos do time azul com os Anjos, e sobre seu novo canhão de tecnologia avançada. Mas a soldada ainda precisa resgatar o engenheiro Erik Kusunoff antes de destruir a terrível arma.


Saindo do laboratório, Zero escuta passos. Vários guardas se aproximam do lugar, procurando saber o que houve. A soldada corre o mais rápido possível, antes que alguém se dê conta de sua presença. A cada corredor que entrava, mais seguranças eram ouvidos se aproximando. Sem opções de fuga, entra na primeira sala que encontra e se esconde. Tudo fica em silêncio. A sala era completamente verde, com uma câmera de filmagem encostada numa das paredes. Ela sai, mas é surpreendida por uma figura alada.

– O que faz aqui? - diz o ser iluminado.

Zero logo reage e aponta a 9 mm para o ser. Era um dos Anjos.

– Ei... Se não é a Eva. Isso sim é uma surpresa... Você demorou para voltar hein?

– O quê? Por que todos aqui ficam me chamando disso?

– Como assim? Esse é seu nome, não lembra? Você se lembra de mim, certo?

– Não.

– Então eu me apresentarei, mais uma vez, como nos velhos tempo. - o anjo se ajoelhou - Eu sou Rafael, honrada mestra. Deixe-me servir-lhe e guiá-la como seu mais fiel servo. É o que te peço.

Zero abaixa a arma. Rafael olha para ela e se levanta.

- Você não se lembra mesmo, não é? É uma pena... Hum... Talvez eu devesse levá-la ao Miguel. Ele sim adoraria te ver. - ele se aproxima de Zero e tenta agarrá-la.

Ela aponta a arma e dá dois tiros. As balas são repelidas inexplicavelmente. Atira mais. Os projéteis não atingem seu alvo de modo algum.

– Quer mesmo matar um anjo com uma arma tão... humana? - Rafael pára. - Esquece. Deixarei você ir, por hora. Isso será bem divertido...

O loiro passa por Zero e segue seu caminho pelo corredor, rindo. Como ele e Lúcifer a conheciam? Fariam eles parte do passado que ela não se recorda?
Zero ignora o anjo e continua sua missão, dirigindo-se ao subsolo. No caminho, passa por um corredor com vitrines. Aproximando-se da janela, Zero vê uma área enorme, repleta de computadores e, ao centro, o enorme canhão. As junções da arma piscam num tom esverdeado. O lugar estava completamente vazio. Nenhum vigia a vista. Teriam todos ido checar o laboratório onde Lúcifer fizera seu ataque? É muito descuido para uma base tão grande como aquela. Iniciou contato com Igor.

– Coronel?

– Estou aqui Zero. Qual é a situação?

– Eu encontrei o canhão. Mas tem algo errado. Não tem ninguém vigiando a arma. E ao meu parecer, ele ainda está em stand-by.

– Hum... Muito estranho. Eu diria que agora seria a oportunidade perfeita para entrar e desativar o canhão... Pode ser uma armadilha.

– Armadilha ou não, pretendo resgatar o Erik antes. Ele pode ser útil caso ocorra algum problema durante a desativação.

– Concordo.

– Ah... Mais uma coisa.

– Sim?

– Eu me encontrei com dois seres no caminho. Um deles foi Lúcifer, o caído. E o outro foi um dos Anjos, Rafael.

– Você se encontrou com eles?! E eles tentaram te atacar?

– Bem... O anjo tentou se aproximar de mim, e eu atirei nele várias vezes. Só que nenhuma das balas o atingiu.

– Bom... Ele é um anjo, então era de se esperar.

– Eu sei mas... Por que eles usam uma armadura tão estranha. A dele por exemplo era cheia de ligações, e fios, com um círculo brilhante no meio. Parecia uma máquina. Lúcifer também usava algo parecido, apenas sem as asas. Quer dizer... Se eles são tão poderosos assim, por que eles usam um equipamento tão humano?

– Eu não tenho a menor idéia...

– E outra coisa... Os dois me chamaram de “Eva”.

– Eva?

– Sim. E ambos agiam como se me conhecessem há muito tempo.

– Não reconheceu eles?

– Não faço a menor idéia de quem eles são. Principalmente o demônio, que usava uma máscara de metal o tempo todo. Tentei arrancar alguma coisa da Sakuya, mas ela não quis falar... Ela sabe de alguma coisa, com certeza. Sem falar que, eu só conheci uma pessoa que me chamava de Eva.

– Ele, não é?

– E quem é “ele”? - Sakuya entra de repente na conversa.

– Senhorita Kinogawa?

– Eu estava escutando tudo. Gosto de me manter informada.

– Você sabe mesmo algo sobre os Anjos que não quer contar? - pergunta o coronel.

– Talvez... Enfim, quem é esse homem de quem estão falando?

– Ele... Foi um soldado que eu conheci durante as batalhas. Do time azul...

– Time azul. Ele era seu oponente?

– Em primeira mão, sim. Mas não nos conhecemos num confronto. Eu lembro de estar enfrentando um grupo dos azuis. Eles me venceram e me renderam. Então ele apareceu. Os soldados o haviam chamado para mostrar o prêmio. Ele olhou para mim por um bom tempo. Parecia surpreso, como se tivesse visto um fantasma. Depois, do nada, ele pegou uma arma e atirou em seu próprio time. Matou todos eles. Me entregou minhas roupas e equipamento. Ele perguntou se me lembrava dele, e eu respondi que nunca o havia visto. Me chamou de Eva várias vezes, e ainda assim não o reconheci. Desde então passamos a nos ver com frequência. Nos encentrávamos escondidos dos outros soldados. Viramos amigos bem rápido. Eu nunca entendi por que ele me salvou naquele dia. Ele me amava demais. Nós dois nos amávamos muito. Em algumas noites, dormiamos juntos em meio ao deserto, enquanto as estrelas nos observavam naquele momento de deleite. Com ele não fazia diferença as nossas cores. Nosso amor ia além de bandeiras coloridas e lugares no Paraíso. Tanto faz se venceríamos ou não, queríamos apenas ficar juntos. E certo dia... Aconteceu.

– O que aconteceu?

– Nos encontramos no campo de batalha. A equipe dele foi eliminada. Faltava apenas ele. E ordenaram que eu o executasse.

– E você o fez?

– Claro que não! Como eu poderia? Então resolveram levá-lo como prisioneiro. Deixaram ele nú em uma cela. Alguns deles passavam para zombar dele. Eu odiava isso. As vezes eu o via na cela. Ele estava tão pálido. Eu queria tirá-lo de lá. Mas se eu fizesse, descobririam nossa relação. Eu não estava nem aí para isso. Já ele, insistia que eu não contasse nada, para meu próprio bem. Daí, em uma das minhas visitas, encontrei ele deitado no chão da cela. Ele não se movia. Eu chamei por ajuda. Os guardas apareceram e entraram. Ele estava morto. Ninguém sabia por que, ou quem o matou. Parecia um suicídio. Não podia ser verdade. Ele se suicidar? Fiquei tão triste e com tanta raiva que jurava que algum daqueles cretinos o havia matado. Não existiam provas de um verdadeiro homicídio. Tudo que pude fazer foi chorar enquanto o enterrava onde costumávamos dormir juntos.

– Isso é... terrível... - Sakuya chora ao comunicador.

– Eu apenas soube de toda a história depois que ele morreu. A Zero me contou tudo, e eu fiz o favor de me calar sobre o assunto. - fala o coronel.

– Isso é passado... Vamos nos concentrar na missão agora.

– Concordo. Vá até o subsolo e tire o engenheiro da prisão.

– Certo.

Zero pega o elevador para o subsolo. A conversa a deixou pensativa sobre tais lembranças. Ela sentia falta de sentí-lo em seus braços naquelas noites confortantes, quando não havia ninguém para matar ou capturar. O andar fedia demais. Apenas um guarda de vigia. Zero se aproximou dele e o estrangulou. Pegou as chaves da cela e liberou as grades.

– Zero?! - diz o prisioneiro.

– Como vai, amigo? Há quanto tempo...


Coisas da vida

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Agora é sério, tem certos momentos em que me deparo com tipos que me rendem algumas gargalhadas.O fato é que custumo ler uns livrinhos, e quando eu menos espero, ouço uma dessas: Cara! Eu não teria coragem de ler um livro desses.
O que mais chama a minha atenção é que, geralmente,a criatura não tem o hábito da leitura.Sendo assim, ler é algo incomum na vida desse tipo de gente.Aqui vai algo pra ilustrar essas poucas linhas.


O caso da Cidade das Almas – 1ª parte

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Cão foragido. “Ouviu isso, vizinha? Há um criminoso  à solta”. “Um assassino”. Cochichavam as comadres no alpendre. A segurança da pequena cidade fora reforçada. Na noite passada foi encontrada uma mulher com as vísceras à mostra. Quem viu disse que foi horrível. Uma mulher que ouviu os gritos estava em estado de choque. Por muito pouco não enlouquecera. Estática numa poltrona, os olhos esbugalhados, como quem acabou de ver um fantasma. “Pena a única testemunhar estar nesse estado lastimável”, comentou o policial. O detetive encarregado não sabia por onde começar. Havia uma poça de sangue no local. O corpo do defunto, mutilado. Com mordidas em lugares inusitados. Seria um cão? Cada caso que parava em suas mãos... Não via a hora de se aposentar. Sua vida era posta em risco em cada trabalho, sentia-se um gato com várias vidas.
Toda a cidade estava em polvoroso. Temiam por morarem numa cidadezinha de interior e sem muita segurança. Foi estipulado o “toque de recolher” às dezoito horas. Enfurnados em casa, não podiam fazer outra coisa senão rezarem para que os espíritos ruins fossem embora.
O defunto passava por uma investigação meticulosa. Haviam mordidas nas pernas, nos braços, no rosto, entre as cochas, e a maior incidência de mordidas estava no pescoço. “Que maluco faria uma coisa dessas?”, comentou um perito da policia. “Alguém querendo aparecer. Aterrorizar essa cidade pacata”, disse o investigador com uma ponta de repulsa por aquele corpo quase completamente dilacerado. Ainda não tinha estômago para isso.
O detetive em seu gabinete, ponderava. Examinava as provas, os relatórios e tudo quanto fosse prova de incriminação. Mas não havia suspeito algum para incriminar. “Como pode um maníaco desse timbre numa cidadezinha do sul?”.



Eu sou a Lenda

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A força do vampiro é que ninguém quer acreditar nele”.
Obrigado, Dr. Van Helsing, pensou ele, deixando de lado seu exemplar de Drácula. Ficou sentado encarando a estante com um ar sombrio, escutando o segundo concerto para piano de Brahms, um uísque com limão e gelo na mão direita e um cigarro entre os lábios.
Era verdade. O livro era um amontoado de superstições e clichês de romance, mas aquela linha era verdadeira; ninguém havia acreditado neles, e como podiam combater algo em que sequer acreditavam?
Fora essa situação. Algo negro e noturnal havia saído rastejando da Idade Média.
Algo sem estrutura nem credulidade, algo que havia sido mantido confinado, sob todos os aspectos, às páginas da literatura imaginativa. Vampiros estavam ultrapassados, eram idílios de Summers ou melodramas de Stoker ou uma breve menção na Enciclopédia Britannica ou grão para o moinho do escritor de romances baratos ou matéria -prima para as fábricas de filmes B. Uma lenda de pouca importância transmitida de um século a outro.
Bom, era verdade.
Ele tomou um gole da bebida e fechou os olhos enquanto o líquido gelado escorria pela garganta e aquecia seu estômago. Verdade, pensou, mas ninguém jamais havia tido a oportunidade de saber. Ah, eles sabiam que era alguma coisa, mas não podia ser aquilo – não aquilo. Aquilo era imaginação, aquilo era superstição, não existia nada parecido com aquilo.
E, antes de a ciência alcançar a lenda, a lenda havia engolido a ciência e todo o resto.
Não havia encontrado nenhum pino de madeira naquele dia. Não havia verificado o gerador, não havia limpado os pedaços de espelho. Não havia jantado; perdera o apetite. Não era difícil. Perdia o apetite na maioria das vezes. Não conseguia fazer as coisas que havia feito a tarde toda e depois chegar a casa e comer com vontade. Nem mesmo depois de cinco meses.
Pensou nas onze – não, nas doze – crianças daquela tarde, e terminou o drinque em dois goles.
Piscou os olhos, e o quarto vacilou um pouco diante dele. Estás ficando bêbado, Velho, disse a si mesmo. E daí?, retrucou. Alguém tem mais direito a isso?
Jogou o livro do outro lado da sala. Sumam daqui, Van Helsing, Mina, Jonathan e Conde de olhos injetados e todos vocês! Todas invenções, todos extrapolações infantis em cima de um tema sinistro.
Uma risada pigarrenta escapou de sua garganta. Do lado de fora, Ben Cortman o chamou para sair. Já estou indo, Benny, pensou. Assim que vestir o meu smoking.
Teve um calafrio e cerrou os dentes. Já estou indo. Bom, por que não? Por que não sair? Era uma maneira segura de se livrar deles.
Ser um deles.
Riu da simplicidade daquela idéia, depois se forçou a levantar e andou mancando até o bar. Por que não? Sua mente continuou a divagar. Por que toda aquela complexidade quando uma porta escancarada e poucos passos poriam fim a tudo...



To be continued ...


A Visitante - Parte 3

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Dois dias depois da misteriosa morte de Dona Geisy tudo, aparentemente, estava voltando ao normal. Depois da escola, os garotos da rua se reuniam numa lanchonete, próxima à escola. Naquele dia, a lanchonete estava mais agitada do que o normal, tudo por causa de uma fotografia. Geferson, como todo adolescente de 16 anos, ficava se gabando da que havia tirado da finada.
- Caramba, tu tem coragem, hein. Dizia um de seus amigos. – Eu tenho medo dessas coisas. Murmurava outra.
- Ah! Que nada. A gente tem que ter medo é dos vivos, não dos mortos - falou incrédulo.
- É estranha a careta dela. Parece que ela morreu de um grande susto - disse Denise, mais uma curiosa.
- Em tese, você tem razão - disse Sophia apontando para Geferson.
- Lá vem você, Carla - disse ele.
Sophia era uma garota que não chamava tanta atenção. Era pálida, cabelos negros, olheiras que mais pareciam que nunca dormia. Quase uma Vandinha da Família Adams. Não tinha muitos amigos, talvez nenhum. As pessoas não se aproximavam tanto, por causa de sua mãe que tinha problemas com bebidas, e que geralmente falava sozinha depois de cada gole. A aparência e estilo gótico da menina também não ajudava a se inteirar socialmente.
- Nem sei porque ainda me dou ao trabalho de tentar falar com vocês - continuou
Ela falava de maneira calma, apesar da irritação causada pela dúvida.
- Não é isso - continuou Geferson. – Quero dizer, até acredito em você depois da história que Denis e Rafael me contaram.
- Vixe. Tu acreditou mesmo que alguém falou com eles naquele sábado que faltou energia? Não se passou na tua cabeça que poderia ser a mãe deles? - disse Denise Incrédula.
- Eu já disse, a Dona Giselda estava na frente da sua casa, conversando com a minha mãe na hora do acontecido - rebateu – Além do mais, a mensagem que Dona Geisy estava segurando foi exatamente o que disseram pra eles naquele dia. Estranho,não?
- Eles inventaram isso, com certeza. E você caiu como um patinho.
- Você não sabe o que fala - disse Sophia encarando Denise, que ficou pasma com o olhar da “amiga”.
- Okay, meninas. Chega, né? Deixemos isso pra lá - amenizou Geferson.
Sophia continuava fixada em Denise. Para uma garota que lia livros de bruxaria e frequentava o cemitério local à noite, ela tratava da morte como se fosse algo sagrado. Denise, agora mais assustada com a fixação de sua predadora, pediu licença e foi até o banheiro. Sophia voltou a sua mesa solitária, sentou e tomou seu suco de beterraba.
- Essa garota, ela me causa arrepios - disse Donizete depois de trazer o X-Salada de Geferson, e o Misto quente de Denise junto com as bebidas. Ele estudava com eles e trabalhava meio período na lanchonete.
A calmaria cessou depois de ouvirem um grito vindo do banheiro feminino. Geferson correu até lá seguido de Donizete e alguns curiosos. Ao entrarem Geferson e Donizete repararam que Denise estava sentada no chão segurando os joelhos e de cabeça baixa. Ela mexia o corpo como se estivesse se embalando. Geferson sussurrou seu nome, e ela levantou a cabeça. Quase fez Geferson e Donizete caírem de bunda no chão. Seus olhos estavam turvos, pareciam ter perdido a cor, e de fato, ela perdera. As lágrimas desciam, mas, ela não processava uma palavra sequer, nenhum som. Ela apontou em direção ao espelho para que olhassem. Geferson, Donizete e os outros que chegaram depois, quase gritaram. O espelho parecia ter se tornado um retrato. Nele, a imagem que aparecera era perturbadora. Uma mulher de vestido preto e sujo de terra, segurava numa das mãos dois globos oculares e na outra uma língua, ambos, pareciam terem sido arrancados. Denise soluçou e começou a chorar novamente. Curiosamente, a mulher que apareceu no espelho só podia ser vista do pescoço para baixo.
- Eu disse que ela não sabia do que falava - responde Sophia aparecendo, repentinamente, no banheiro.


Você não é invencível por estar atrás de uma tela de computador

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Essa vai ser uma postagem rápida. É final de ano e ando meio sem tempo para bloggar e pesquisar sobre temas interessantes. Até nessa semana foi meio complicado atualizar meu blog,o Visual Novel Brasil, mas quando as coisas se normalizarem espero fazer uma postagem melhor do que esta vai ser.

Diante das minhas navegadas na internet,pude perceber o comportamento da nossa sociedade diante da internet.

Não é de agora que sabemos que a inclusão digital esta ai dando oportunidades a qualquer um praticamente se expor na internet, isso é bom afinal esta surgindo bons conteúdos e blogs que valem a pena serem lidos. Eu, como blogueiro e leitor,obtive grande conhecimento e esclarecimento graças a essas pessoas que se sacrificam diante de um conteúdo de qualidade. E que faz nos tornamos ,de certa forma, mais inteligentes e tirando nossas duvidas sobre determinado assunto ou hobby.

A inclusão digital é algo útil e que traz bons frutos para o leitor. Mas, infelizmente, com grande pesar tenho que demonstrar a minha revolta diante de certos comportamentos agressivos que me deparo na internet. Aposto que não sou o único que se depara com isso.


Vejo que existem pessoas que usam a internet como forma de demonstrar seu ódio, e como se sentem protegidas por estarem atrás de um monitor, elas acham que seu ponto de vista e ideológica é acima de contestação.E se você não concordar com o ponto de vista dela, é taxado de vilão e recebe ofensas das mesmas por discordar de suas ideias.

Que tipo de comportamento estou falando? Imagine você numa rede social como o Facebook, ai num dia casual você repara que tem certo usuário com seguintes comentários...

“Esse povo burro que gosta de política é tudo arrogante”

“As pessoas que não aceitam o catolicismo como verdade não merecem meu respeito”

“Detesto torcedores de futebol bando de gente ignorante”

“Esse pobres so acabam com a imagem do Rio de Janeiro deveriam mandar matar todos eles”

“Nordestino é burro e sujo e ainda vem aqui para São Paulo poluir nosso estado evoluído”

“Chefe desgraçado odeio ele quero que morra”

Esse é um dos comentários que presencio de vez em quando na internet, tem uns piores, mas, não colocarei por causa de palavras de baixo calão. A internet poderia ser usada de maneira útil para as pessoas,porém,como podemos notar,muita gente usa para expor seu ódio e amargura .Muitas vezes por ser uma pessoa amargurada da vida, ou querer expor seus pensamentos para aliviar o estresse.

O computador dá a essas pessoas uma sensação de poder no qual pode expor o que quiser, com a seguinte desculpa “Liberdade de Expressão". Mas elas erram, gravemente, achando que o mesmo é “liberdade de Ofensa” .Dependendo do caso, você pode ser multado e preso por desrespeitar alguém na internet.

No momento, não temos leis eficientes para evitar esse tipo de coisa. Contudo,o que você posta na internet representa um reflexo do seu caráter/personalidade. Algumas empresas podem analisar o conteúdo que publica e, dependendo do tipo de comportamento, o indivíduo é dispensado. Ou você acha que na internet existe esse negocio de “privacidade”?


Passei por discussões de pessoas que se revoltam com meu ponto de vista, e jogam ofensas contra minha pessoa, mesmo não sendo desrespeitoso com a mesma. Na internet, assim como na vida, as pessoas expõem suas idéias e opiniões.Só que, além de colocar seu ponto de vista,essa pessoa também quer aceitação. Alguém que é esclarecido sobre um hobby ou religião, em muitos momentos, se acha livre de contestação. 

Blogueiros também sofrem agressões, um bom exemplo foi da postagem da dona deste blog,a Suzi, que sofreu ofensas no twitter por aqueles que não concordaram com sua opinião, chamando-a de desonesta, arrogante, ignorante, e que quer aparecer por uma simples postagem...


O seguinte texto fala sobre os blogs de animê(desenho japonês). Sobre a maneira que eles postam suas criticas a determinada série. O que costuma ser apenas para falar mal,pra ter algo a dizer no final de semana.

Eu descobri o blog dela em meio a essas ofensas que vi na timeline do meu twitter, e também a minha caixa de respostas onde eu já criticava duramente os blogs e tal. Os mesmos, em vez de discutir de maneira saudável, viram aquilo como uma afronta a seu orgulho e honra.

Isso é algo que por mais que irrite, temos que conviver na internet. A dica que dou a você é: ignore esse tipo de pessoa e corte logo a conversa. Não deixe pequenos problemas como esse afetarem o seu cotidiano. Afinal, podemos bloquear essas pessoas em nossas redes sociais.


Purgatório - parte 4

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Zero encontra-se com um dos Anjos, Rafael, que também demonstra reconhecê-la. Encontra o grande canhão na base. Ao contatar o coronel, se vê contando sobre seu antigo amante a doutora Kinogawa. Ela segue sua missão, encontrando-se com Erik, preso no andar subterrâneo.


– Você demorou... - fala o engenheiro, ajeitando os óculos.

– Pelo menos eu vim seu mal agradecido. - Zero tira as chaves do guarda inconsciente e abre a cela.

O homem logo sai e abraça a mulher forte.

– Oh... Calma.

– Desculpe... Eu estava muito assustado. No fundo eu sabia que viria, mas comecei a me preocupar sobre isso...

– Bem, como vê, estou aqui.

– E... Como está a Doutora?

– A Kinogawa? Está bem, apesar de eu não confiar muito nela.

– Por que não? Ela é uma pessoa tão doce e gentil. Sempre vinha me visitar na cela. Os cabelos dela são lindos. Melhor que essa sua coisa curta aí...

– Cala a boca. Cabelos longos e rabos de cavalo não ajudam em nada numa batalha. O oponente só terá mais chances de segurar sua cabeça e lhe degolar assim. E eu gosto do meu cabelo bem curtinho, me sinto mais confortável com ele assim. Você só diz isso porque deve estar vidrado nela...

– Não é verdade... Eu só...

– Você gosta dela...

– Err.... Sim...

– Sabia... Você não consegue esconder nada de mim, né Erik?

– Pelo jeito não... Ela lhe explicou tudo?

– Quase... Encontrei o canhão que os Anjos construiram para os azuis. Também encontrei com um demônio e um anjo. Vi a Kinogawa no laboratório pouco antes de vira para cá.

– Viu? E... Ela falou alguma coisa de mim?

– Só que estava preso aqui embaixo.

– Mais nada? Nenhum outro comentário?

– Não, senhor apaixonado.

– Certo... Ah sim, quase ia esquecendo. - Erik entra na cela e sai com um aparelho em mãos. - Aqui, pegue.

– O que é isso, um controle de TV?

– Não... É um aparelho que lança ondas eletromagnéticas.

– E para que eu usaria isso?

– Matar um anjo.

– O quê?

– Você viu a armadura que eles usam certo? Por acaso tentou atirar neles?

– Sim... As balas eram desviadas por algum tipo de campo de força.

– Exato. Os anjos tem um aparelho implantado em suas armaduras que criam um campo magnético. Portanto qualquer projétil lançado contra eles é desviado pelo magnetismo.

– E onde este aparelho entra?

– Se ligar ele e apontá-lo para algum anjo, a alta frequência interrompe o fluxo magnético do campo e a guarda deles fica aberta. Me dê sua arma... - Erik pega a pistola e encaixa o aparelho nela. - Pronto. Você pode encaixar o “controle” quando quiser. Não precisa mantê-lo ligado. Ligue apenas se precisar enfrentar algum dos Anjos.

– Entendido... Espera, como conseguiu material para construir isso?

– Durante as visitas da doutora Sakuya eu pedia para ela me trazer o equipamento e peças necessárias. Me entregava tudo escondido e eu fazia o que precisava debaixo dos cobertores a noite. Ela que me explicou a natureza da armadura dos anjos. Pensou que eu ia construir algo para fugir.

– Bem pensado... E porque não fugiu?

– Para onde eu iria? Nem tenho condições de enfrentar esses guardas...

Zero guarda a pistola e o “controle”.

– Erik... Você não acha estranho... Os anjos terem de usar armaduras tão avançadas... E campos magnéticos?

– Como assim? Você acha que eles não são o que dizem ser?

– Não é isso... Eu só acho que esperava mais de seres divinos... Eles parecem tão poderosos durante as transmissões, antes das batalhas... E quando vi um pessoalmente, parecia humano demais. Sabe, ele me chamou de Eva...

– Eva? Não era disso que ele te chamava?

– Mephisto? Sim... Era disso mesmo. Só no começo é claro. Depois ele se acostumou com “Zero”.

– Isso é estranho...

– Eu sei... Até o demônio me chamou assim... Vai entender. Seguinte, vou te tirar daqui, mas preciso manter contato com você. Quero uma garantia caso a desativação usual não funcione.

– Estou aqui para ajudar.

De repente passos são ouvidos e alguns guardas aparecem.

– Ali está ela. Fugindo com o prisioneiro. Atirem!

Zero puxa o engenheiro com força para o canto do corredor e atira nos seguranças. Dois são abatidos. Mais aparecem.

– Pegue a arma do guarda da sua cela.

– E se ele acordar?

– PEGA LOGO ESSA MERDA!!!

– AAH! Tá, já pego! - cambaleando, o engenheiro se aproxima do guarda abatido e pega sua AK74U. - Toma logo essa metralhadora.

– Não é pra mim. Você vai atirar neles.

– O quê? EU?!

– Sim, você! Preciso de cobertura para alcançar o outro lado. Quando eu atravessar, te cubro e você vem.

– Mas eu nunca...

– ATIRA!

– AAAAAAAHH! - Erik puxa o gatilho sem olhar no que acerta.

Zero passa por trás dele e volta a atirar nos vigias. Erik junta-se a soldada. Ao lado deles havia um grande cano direcionado para baixo. Um fedor terrível saia do buraco.

– Tá, e agora? - pergunta o homem.

– Pule.

– Como?

– Pule dentro do esgoto, é nossa única saída.

– Er... Tá bom né... - vagarosamente se acomoda na escura entrada. Respira fundo. Começa a contar... - E é um... Dois...

– PULA LOGO! - Zero chuta o rapaz, que cai desesperado. Ela também se joga e desaparece no meio do tiroteio.

Ambos caem na água gosmenta e se levantam. Atravessam o túnel obscuro. Erik não largava o braço de Zero, que ignorava o incômodo prestando atenção nos arredores. Enxergam uma luz e encontram a saída. Terminaram em um depósito de lixo do lado de fora da base. As grades estavam abertas. Nenhum guarda por perto. Saindo do local, algo cai e causa um estrondo enorme a sua frente. A grande poeira que se levanta vai embora e uma figura alada é revelada.

– Então é realmente você... Eva... - o anjo de armadura verde olha a mulher de cima a baixo.

Erik prontamente corre e se esconde no lixão.

– E quem é você? - Zero pergunta apontando a 9mm.

– Como não se lembra, não faço questão de me apresentar. Sou Ezequiel. Você não é bem vinda aqui. Não me importa se é nossa mãe. Estou cansado de segui-la e adora-la. Aqui criamos nosso próprio reino, sem deuses para nos ordenar.

– Mãe? Que história é essa?

– A história não importa. A única coisa que precisa saber é que vai morrer, e o lixo será a areia do seu túmulo.

O anjo saca um chicote e rapidamente ataca Zero, abrindo um ferimento em seu braço. Ela pega um cano entre um entulho e o lança contra o ser alado. O objeto não o acerta, mas o distrai tempo suficiente para a moça se esconder e encaixar o controle na pistola. “Tomara que funcione” pensava ela. Zero aparece para o anjo, apontando sua pistola.

– Há! Acha que uma arma humana como essa pode me deter? Eu sou um anjo!

A soldada liga o aparelho e atira no ser. As balas não são desviadas, acertando o peito da armadura.

– O QUÊ?! COMO?

– Soube de uns truques por um amigo meu.

– Ninguém deveria saber sobre nossa tecnologia. Isso não podia acontecer. Não importa, te matarei do mesmo jeito.

O anjo performa mais uma série de ataques com seu chicote. Zero escorrega pelo chão, evitando-os e atirando no inimigo. A armadura era muito forte, nenhuma das balas penetrava. Ele ri e chuta a moça contra uma pilha de sujeira. Essa reage rápido e corre, saindo da vista do anjo. Ezequiel a procura pelos detritos. Vê algo se mexendo num monte de papel. Dá mais algumas gargalhadas. “Te peguei”. Um rato então revela-se no meio do lixo. O ser é surpreendido pela mulher, que o segura com uma faca sobre sua garganta. O oponente se move rápido e segura a mão dela, forçando-a a largar a lâmina. Ela lhe dá uma cotovelada na cabeça, vai para trás dele segurando seu braço e aponta a arma na sua cabeça.

– Agora você vai falar.

O anjo tenta reagir, porém Zero torce seu braço e encosta a 9mm na sua nuca.

– Nem tente senhor. Anjo ou não, um tiro a queima roupa é difícil de errar.

– Muito bem então... - o anjo larga o chicote e levanta as mãos lentamente - Contarei tudo que quiser. Só não me --

De repente uma luz pisca no peito do ser. Ele grita e se agoniza, como que sentindo uma dor imensa. Vê-se então uma corrente elétrica passar pelo seu corpo. O anjo cai duro no chão, morto.

– O... O que houve? - Erik aparece de seu esconderijo após a batalha.

– Eu não sei... Falava com ele normalmente, e do nada começa a se remoer todo. Não fui eu... Tem alguma coisa errada acontecendo aqui, e nós vamos descobrir o quê.

– “Nós”?

– Claro. Pensou que eu viria te resgatar e pronto acabou?

– Bem que eu queria...

– Vamos seu medroso. Precisamos arrumar um esconderijo para você.

Os dois saem com cuidado, deixando o corpo de Ezequiel ardendo no entulho.


Eu presenciei

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É engraçado saber que mesmo que você explique uma coisa, algumas pessoas,simplesmente ,entendem de outra forma.Certo dia presenciei algo parecido com isso:


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